Incêndio em complexo residencial deixa 55 mortos e quase 300 desaparecidos
Por Redação
Um devastador incêndio de grandes proporções em um complexo residencial de arranha-céus no distrito de Tai Po, em Hong Kong, resultou na morte de 55 pessoas e deixou pelo menos 72 feridos, conforme o último balanço das autoridades locais. O fogo, que se tornou o mais letal na cidade em três décadas, irrompeu na quarta-feira (26) e continua sendo combatido pelo segundo dia consecutivo.
A situação é crítica, com cerca de 300 pessoas ainda desaparecidas, muitas delas presas nas torres em chamas, segundo o Corpo de Bombeiros. Até o momento, 51 vítimas foram confirmadas no local e outras quatro morreram após serem levadas ao hospital. Entre os mortos, está um bombeiro que atuava no resgate, informou a rede britânica BBC.
A causa exata do incêndio está sob investigação, mas a polícia acredita que a rápida propagação das chamas foi facilitada por telas de construção verdes e andaimes de bambu que estavam sendo usados em obras de reforma no complexo. As autoridades indicaram que as telas não atendiam aos padrões de segurança contra incêndio.
Três homens ligados à construtora Prestige Construction & Engineering Company, responsável pelas reformas, foram presos sob suspeita de homicídio culposo (quando não há intenção de matar).
"Temos motivos para acreditar que os responsáveis ??da empresa foram extremamente negligentes, o que levou a este acidente e fez com que o incêndio se alastrasse descontroladamente, resultando em um grande número de vítimas", declarou Eileen Chung, superintendente da polícia de Hong Kong.
Nesta quinta-feira (27), a polícia realizou buscas no escritório da construtora, apreendendo caixas de documentos como provas, de acordo com a Associated Press (AP News).
O chamado de emergência foi recebido às 3h51 (horário de Brasília). Centenas de agentes do Corpo de Bombeiros foram mobilizados, e o alerta de incêndio foi elevado ao nível 5, o mais alto da escala. Quatro dos oito blocos do complexo foram apagados, três estão sob controle, e um não foi atingido.
Os trabalhos de resgate são dificultados pelas condições extremas. Um porta-voz dos bombeiros expressou "muita preocupação" com a temperatura excessivamente alta dentro dos prédios, que impede a entrada das equipes de salvamento. Os feridos resgatados sofreram queimaduras graves e lesões por inalação.
O complexo atingido possui cerca de dois mil apartamentos distribuídos em oito torres de mais de 30 andares cada, e abriga aproximadamente 4,6 mil moradores.
O incêndio mais recente reaviva o debate sobre segurança em obras e construções em Hong Kong. O uso de andaimes de bambu, embora tradicional, é alvo de preocupação; a estrutura esteve envolvida em 22 mortes de trabalhadores entre 2019 e 2024 e em pelo menos três outros incêndios neste ano, segundo uma associação de vítimas de acidentes industriais.
O último grande incêndio na cidade havia ocorrido em 1996, matando 41 pessoas e resultando em mudanças nas normas de segurança contra incêndios em arranha-céus. Devido à tragédia, uma seção inteira da rodovia Tai Po foi fechada, e linhas de ônibus foram desviadas, com a polícia isolando os quarteirões vizinhos por segurança.
