Wagner admite falta de tempo para votar indicação de Messias e cita “erro de comunicação” com Alcolumbre
Por Redação
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), reconheceu nesta segunda-feira (24) que não vê possibilidade de a indicação de Jorge Messias ao STF ser votada ainda em 2025. Segundo ele, o clima ficou “muito tenso” após o anúncio do nome escolhido por Lula, e será preciso “esfriar” o ambiente.
“Há uma tensão muito grande. Tem que esperar esfriar essa tensão e será conversa individual com cada senador e senadora. O voto é secreto e eu não faço aposta em votação com voto secreto. O voto secreto pode ajudar quem queira me ajudar, pode ajudar quem queira atrapalhar. Tem que trabalhar com humildade”, afirmou.
O mal-estar se instalou logo após Lula anunciar Messias para a vaga deixada por Luís Roberto Barroso. Segundo aliados, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), não foi avisado da decisão e demonstrou incômodo porque esperava que o escolhido fosse Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nome preferido da maioria dos senadores.
Wagner classificou o episódio como “um erro de comunicação” e minimizou qualquer ruptura com o presidente da Casa.
“Espero que esse mal-estar do Davi comigo, porque não é meu com ele, passe. Sempre tivemos uma relação muito boa. Somos os dois únicos judeus do Senado. Acho que foi o momento, essa reclamação de ele não ter sido avisado do anúncio. Foi um erro de comunicação, mas não é por isso que vamos romper uma relação construída ao longo do tempo”, disse.
O senador também negou que ele ou Lula tenham informado Alcolumbre previamente sobre a data do anúncio.
“Alguém do meu gabinete deu uma informação errada, dizendo que eu teria afirmado que o presidente ligou para o Alcolumbre, o que não é verdade. Eu não liguei, o presidente também não ligou. Eles conversaram três, quatro semanas antes. O presidente conversou com Rodrigo, tomou a decisão e anunciou na quinta. E o Alcolumbre estava na expectativa de que Lula ligaria para ele antes da indicação”, explicou.
