Iphan autoriza Aterramento de Sítio Arqueológico na Praça Castro Alves, em Salvador
Por Ana Clara Pires
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) na Bahia acaba de autorizar um novo projeto de intervenção arqueológica na histórica Praça Castro Alves, no Centro da capital baiana. O despacho, publicado no Diário Oficial sob o Processo nº 01502.001375/2024-84, formaliza a execução do projeto intitulado "Aterramento do sítio arqueológico Praça Castro Alves", com um prazo de validade de seis meses para a conclusão das atividades.
A autorização é mais um capítulo na longa e complexa requalificação da praça, que ganhou destaque nacional em 2019 com a descoberta de importantes remanescentes, suspeitos de pertencerem à fundação do Teatro São João, destruído por um incêndio em 1923, além de uma fonte centenária.
O projeto será coordenado pelo arqueólogo Railson Cotias da Silva, contando com Luiz Antonio Pacheco de Queiroz como coordenador de campo.
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No jargão técnico, um projeto de "Aterramento" no contexto arqueológico não significa simplesmente cobrir os achados. Trata-se de uma intervenção controlada, frequentemente exigida pelo Iphan para assegurar que os vestígios encontrados sejam preservados no local. São adicionadas camadas de proteção, enquanto as obras de requalificação urbana, como a construção de um anfiteatro e palco em homenagem a Moraes Moreira, previstos para o local, avançam na superfície.
A intervenção visa garantir o manejo correto e o registro final de todos os dados antes que a camada de proteção seja estabelecida sobre os remanescentes históricos.
Com a publicação desta autorização, a equipe responsável tem seis meses para executar o trabalho, coletar os dados finais e entregar os relatórios técnicos ao Iphan. A conclusão bem-sucedida é crucial para que o projeto de requalificação da Praça Castro Alves, que tem enfrentado ajustes e atrasos justamente devido à riqueza de seu subsolo, possa finalmente ser concluído.
