IBGE mapeia 87 mil localidades no Brasil; quatro vezes mais que o registrado em 2010

O Brasil possui agora 87.362 áreas classificadas como localidades, que representam todos os pontos do território nacional com aglomerados permanentes de habitantes. A constatação foi divulgada nesta segunda-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), como parte dos resultados do Censo Demográfico 2022.

 

O novo número representa uma expansão de 65.476 localidades em comparação com o Censo 2010, quando o país registrava 21.886. Houve, portanto, uma multiplicação de cerca de quatro vezes no quantitativo mapeado.

 

As localidades são classificadas de diversas maneiras, refletindo a complexidade da ocupação territorial brasileira. Entre elas, figuram:

• Cidades, vilas e núcleos urbanos: Aglomerados tipicamente urbanos.
• Povoados e lugarejos: Aglomerados de caráter mais rural.
• Núcleos rurais, agrovilas de projetos de assentamento.
• Localidades Indígenas (cerca de 8,5 mil mapeadas).
• Localidades Quilombolas (mais de 8,4 mil mapeadas).

 

Segundo o IBGE, o crescimento notável no número de aglomerados é explicado por questões técnicas e não apenas demográficas. O instituto informou que a atualização está diretamente ligada ao aperfeiçoamento da metodologia e à melhoria das ferramentas de mapeamento, que agora incluem o uso de imagens de satélite de alta resolução espacial.

 

O mapeamento ultrapassa os limites político-administrativos tradicionais, focando em "como as pessoas vivem, usam e nomeiam os lugares", conforme destacou o gerente de Malha e Ordenamento Territorial do IBGE, Felipe Leitão. A identificação dessas localidades enriquece a análise geográfica, reconhecendo-as como "espaços de vida cotidiana e de significação social".

 

Os dados revelam uma clara diferenciação entre as regiões do país na distribuição das localidades:

• Sul e Sudeste: Concentram a maior parte das localidades em situação urbana (cidades, vilas ou núcleos urbanos).
• Norte e Nordeste: Concentram os maiores números absolutos de povoados e lugarejos, reforçando a permanência e a diversidade do mundo rural.
• Norte e Nordeste: Também se destacam com os maiores quantitativos de localidades indígenas e quilombolas.

 

O IBGE frisa que o detalhamento desses dados é fundamental para diversas atividades, incluindo logística de serviços, infraestrutura, distribuição de serviços de saúde e educação, conservação ambiental e, principalmente, para o desenvolvimento e acompanhamento de políticas públicas eficazes.