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Fãs de Bell Marques criam festa de rua e transformam comunidades de Salvador em ‘Carnaval fora de época’ com caminhadas

Por Victor Hernandes

Fãs de Bell Marques criam festa de rua e transformam comunidades de Salvador em ‘Carnaval fora de época’ com caminhadas
Foto: Reprodução Redes Sociais

Se engana quem pensa que os chicleteiros e bellzeiros, denominações para os fãs de Bell Marques e do Chiclete com Banana, vão atrás de um caminhão para fazer um Carnaval. Ao decorrer de todo o ano, a nação de entusiastas do cantor se reúnem e transformam diversos bairros de Salvador e Região Metropolitana, no circuito Barra-Ondina. 

 

Tratam-se das Caminhadas Bellzeiras ou Chicleteiras. “Carnaval” fora de época dos fãs de Bell, quando eles se juntam em torno de um carro de som e trios elétricos para curtirem os clássicos do artista e desfilam em ruas de algumas localidades. 

 

A festa, que reúne mais de 2 mil pessoas por ano, se resume em: grupos com camisas personalizadas que façam menção ao universo chicleteiro, ou abadás dos blocos de Bell Marques, junto com uma atração musical que interpreta as canções e músicas do artista reproduzidas no evento de rua. 

 

O ato é marcado também pelas populares “danças das brigas”, em que bellzeiros e chicleteiros simulam golpes de boxes e de lutas nas músicas mais agitadas e com levadas de Bell. Na capital baiana, a ação ocorre em bairros como Ribeira, Uruguai, Nordeste de Amaralina, Liberdade, Cabula VI, Boca do Rio, Engenho Velho de Brotas e da Federação, Uruguai, Castelo Branco, São Caetano, Garcia, Pernambués, Mussurunga, entre outros. 

 

 

A iniciativa foi criada pelo empresário Elvis Oliveira, de 46 anos. Conhecido como Elvis Chicleteiro, ele revelou à reportagem que o projeto começou quando ele juntou amigos, sem pretensão, e desfilaram com um carro de som com músicas do Chiclete com Banana. O episódio chamou atenção e arrastou alguns foliões na festa.

 

“A ideia surgiu em 2008, depois que eu e uns amigos fizemos uma brincadeira com o carro tocando Chiclete e todo mundo indo atrás. Depois disso, gostei da ideia, resolvi fazer algo maior e fiz a Caminhada Chicleteira, na Lavagem do Bonfim em 2012”, disse ao Bahia Notícias. 

 

Segundo ele, o festejo até então destinado a um pequeno grupo fã desta musicalidade, foi se expandindo para mais pessoas. O primeiro bairro a receber o evento foi a Liberdade, sendo o mais tradicional e que recebe maior público. Elvis explicou que o movimento de rua visa juntar o público dos chicleteiros. No entanto, com o desenvolvimento, cada bairro passou a ganhar uma organização individual sendo efetuada pelos fãs da banda que moram nesses respectivos locais ou cidades. 

 

“O primeiro bairro criado foi a Liberdade, sendo o que reuniu a maior quantidade de fãs até hoje, com mais de 5 mil pessoas atrás. É um movimento que surgiu com o intuito de reunir a galera fã do Chiclete e Bell, e poder ouvir as músicas que a gente gosta e eles não tocavam mais nos shows”, disse. 

 

Ele ainda avaliou a proporção e repercussão que o ato ganhou e da importância para as comunidades e periferias de Salvador. 

 

“A importância para nós é gigantesca porque podemos matar a saudade do nosso ídolo, encontrar os amigos e confraternizar. Para o comércio local é importante por conta do impacto financeiro e comercial, que ajuda muito na renda dos comerciantes locais”, reforçou. 

 

 

Uma das mais novas caminhadas criadas, é no bairro de Plataforma, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. Criada por Silvana Sousa, fã de Bell há mais de 30 anos e moradora da localidade. Ao Bahia Notícias, ela explicou que seu amor pelo cantor influenciou na decisão de levar o evento para o seu bairro.

 

“Foi a minha paixão pela música, pela energia contagiante de Bell Marques e pela alegria de reunir pessoas especiais em um momento diferente. Não é só uma caminhada, é uma forma de celebrar a vida, espalhar boas vibrações, cantar, dançar e transformar um simples percurso em uma verdadeira festa. A Caminhada Bellzeira nasceu desse desejo de misturar saúde, amizade e a magia do axé em cada passo”, contou. 

 

Reunindo diversas pessoas, a caminhada de Silvana chega em sua terceira edição, nesta quinta-feira (20), quando vai reunir uma atração musical que canta as músicas do Chiclete e de Bell, além de outra atração de samba. Ela celebrou a iniciativa e observou que a realização já virou uma importante marca e manifestação artística para as comunidades e bairros da cidade. 

 

“Tem uns dois anos que já venho participando das outras caminhadas. Até porque isso te estimula e é gratificante porque um ajuda os outros nas suas caminhadas. Para mim já virou uma realização cultural para todos os bairros. Eu mesma tinha medo de ir para certas comunidades, mas hoje vou pra todas e não tenho do que reclamar. Tudo começa e termina muito bem, sem nenhuma confusão, graças a Deus. Ainda tem interação social com outras comunidades, saúde, bem-estar, a economia local também cresce muito, fora a nossa alegria e autoestima homenageando o nosso ídolo”, celebrou.