Israel rompe cessar-fogo no Líbano e mata ao menos 13 em bombardeio contra campo de refugiados

As Forças de Defesa de Israel (FDI) realizaram um novo ataque ao território libanês nesta terça-feira (18), deixando ao menos 13 mortos no campo de refugiados palestinos de Ain al-Hilweh, no sul do Líbano. O bombardeio marcou mais uma ruptura do cessar-fogo firmado entre Israel e o Hezbollah em novembro de 2024, acordo que havia sido estabelecido após 14 meses de conflito.

O ataque ocorreu no maior campo de refugiados palestinos do país. Em comunicado, o Exército israelense afirmou, sem apresentar provas, que o local estaria sendo utilizado pelo Hamas como área de treinamento.

“Há pouco, as FDI atacaram terroristas que operavam em um composto de treinamento do Hamas na área de Ain al-Hilweh, no sul do Líbano. O composto militar que foi atacado era usado por terroristas do Hamas para treinamento e exercícios, com o objetivo de planejar e realizar ataques terroristas contra tropas das FDI e o Estado de Israel”, diz a nota divulgada pelas forças israelenses.

Segundo o comunicado, medidas teriam sido adotadas para tentar evitar vítimas civis, incluindo o uso de “munição precisa”. A versão, porém, contrasta com o relato das autoridades libanesas: de acordo com o Ministério da Saúde do Líbano, além dos 13 mortos confirmados, diversas pessoas ficaram feridas.

Apesar da trégua formalizada em 2024, Israel tem realizado ataques frequentes contra alvos no sul do Líbano. As ações já atingiram até mesmo posições de soldados da paz da ONU. Tel Aviv sustenta que as operações miram instalações do Hezbollah e do Hamas no país.

O acordo de cessar-fogo inclui como condição central o desarmamento do Hezbollah no território libanês, deixando as forças de segurança do Estado como únicas responsáveis pela defesa local. O grupo xiita, entretanto, rejeita a exigência, classificando-a como uma tentativa de fragilizar sua capacidade de resistência.