Falta de dinheiro e violência afastam brasileiros de eventos culturais, mostra Datafolha
Por Paulo Dourado
A falta de dinheiro e o medo da violência urbana são os principais fatores que afastam os brasileiros dos eventos culturais presenciais. É o que mostra a 6ª edição da pesquisa Hábitos Culturais, realizada pelo Datafolha a pedido do Observatório Fundação Itaú.
De acordo com o levantamento, 34% dos entrevistados apontaram a falta de recursos financeiros como o principal motivo para não frequentar shows, peças de teatro, museus e outras atividades culturais. Logo em seguida, 31% citaram a violência como barreira.
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O estudo ainda revela que o acesso à cultura no país é diretamente influenciado por fatores como escolaridade, raça e classe social. Pessoas com maior renda e nível de instrução tendem a participar mais de atividades culturais, tanto presenciais quanto virtuais.
Nos últimos 12 meses, 84% dos brasileiros participaram de algum evento cultural presencial, enquanto 90% consumiram conteúdos culturais on-line. Mas as desigualdades persistem: entre os mais ricos, o consumo cultural virtual atinge 98%, contra 79% entre as classes mais baixas. Entre pessoas com ensino superior, o índice é de 99%, enquanto cai para 75% entre quem concluiu apenas o ensino fundamental.

Foto: Divulgação
Quando se trata de motivações, o levantamento indica que os brasileiros buscam cada vez mais o bem-estar e o lazer como razões para se envolver em atividades culturais. Os principais motivos apontados foram “relaxar e diminuir o estresse” (44%), “conhecer novos lugares” (40%), “melhorar a saúde” (37%), este último com aumento de sete pontos percentuais em relação à pesquisa de 2024.
Outros fatores que também impulsionam a busca por cultura são “ter novas experiências” (34%) e “passar o tempo com amigos e familiares” (33%), reforçando o papel da cultura como espaço de convivência e qualidade de vida.

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O Datafolha entrevistou 2.432 pessoas, com idades entre 16 e 65 anos, em todas as regiões do país, entre os dias 11 e 26 de agosto de 2025. A pesquisa tem nível de confiança de 95% e margem de erro de dois pontos percentuais.
