EUA suspendem por um ano regra que ampliaria restrições a empresas chinesas em meio a acordo entre Trump e Xi Jinping
Por Redação
O governo dos Estados Unidos anunciou a suspensão, por um ano, da regra que ampliaria o número de empresas chinesas incluídas na “lista de entidades”, relação que restringe o acesso de companhias estrangeiras a tecnologias desenvolvidas em solo americano.
A decisão faz parte de um acordo firmado entre o presidente Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping, durante encontro realizado nesta quinta-feira (30), em Busan, na Coreia do Sul, à margem da Cúpula da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico).
A norma suspensa determinava que qualquer empresa com participação igual ou superior a 50% em companhias já listadas seria automaticamente incluída na “lista de entidades”. A medida, publicada no fim de setembro, havia sido interpretada como uma manobra para endurecer o controle sobre empresas chinesas que dependem de tecnologia dos EUA.
Segundo relatório da empresa de análise corporativa WireScreen, mais de 20 mil companhias chinesas seriam afetadas pela ampliação das restrições, que limitam exportações, reexportações e transferências de tecnologia.
O Ministério do Comércio da China confirmou a suspensão temporária da regra e divulgou nota afirmando que os Estados Unidos “suspenderão por um ano a regra de penetração de 50% nos controles de exportação”.
Em contrapartida, Xi Jinping anunciou a suspensão, também por um ano, da exigência de licença de exportação para produtos que contenham terras raras, minerais estratégicos amplamente utilizados em componentes eletrônicos e sistemas de energia renovável.
Durante o encontro, Trump também informou que os EUA reduziram em 10 pontos percentuais as tarifas aplicadas a produtos chineses, que caíram de uma média de 57% para 47%. Além disso, as tarifas sobre produtos ligados ao fentanil, substância sintética associada à crise de opioides, foram reduzidas de 20% para 10%, após o compromisso da China em cooperar no combate ao comércio ilegal da droga.
Outro ponto do acordo prevê que a China retomará a compra de soja americana, interrompida há meses em meio às tensões comerciais. De acordo com o Departamento do Tesouro dos EUA, o país asiático deverá importar 12 milhões de toneladas da commodity ainda este ano.
