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PF investiga empresário do setor de algodão de Luís Eduardo Magalhães por suspeita de compra de sentença no Piauí

Por Redação

PF investiga empresário do setor de algodão de Luís Eduardo Magalhães por suspeita de compra de sentença no Piauí
Foto: Divulgação

A Polícia Federal (PF) investiga o empresário João Antônio Franciosi por suspeita de pagar R$ 26 milhões para obter decisão judicial favorável do desembargador José James Gomes Pereira, do Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI). O dono do grupo Franciosi foi alvo de mandado de busca e apreensão na quarta-feira (2), em operação que apura esquema de grilagem de terras mediante compra de sentenças judiciais.

 

A investigação indica que os pagamentos ocorreram entre setembro de 2023 e agosto de 2024, período em que tramitava o agravo de instrumento nº 0750602-73.2023.8.18.0000. O caso envolve disputa por uma fazenda de 22,5 mil hectares no Piauí.

 

Segundo a PF, Franciosi teria utilizado intermediários para concretizar a negociação ilícita. O esquema envolveria o advogado Paulo Augusto Ramos dos Santos, que acionou os advogados Juarez Chaves e Germano Coelho. Estes últimos manteriam contato direto com o desembargador José James e sua filha, a advogada Lia Rachel de Sousa Pereira Santos.

 

Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou que Franciosi transferiu aproximadamente R$ 106,3 milhões para a empresa Villa Bella das Furnas Participações e Negócios Ltda, pertencente a Paulo Augusto, entre setembro de 2023 e agosto de 2024.

 

Desse montante, cerca de R$ 26 milhões foram direcionados aos advogados supostamente envolvidos na intermediação. Segundo documento da Polícia Federal: "Para implementar seu objetivo, pagou, no período de 04/09/2023 a 14/08/2024, a Juarez R$ 16.984.480,00 (7 PIX) e a Germano R$ 9.221.980,00 (9 PIX), tais valores revelam fortes indícios de estarem ligado ao êxito na compra de decisão com o desembargador. O pagamento ocorreu no contexto da decisão de mérito do agravo de instrumento distribuído de forma viciada ao desembargador".

 

O objetivo da suposta propina seria beneficiar a empresa Sundeck Holding Ltda no agravo de instrumento, garantindo-lhe direitos sobre a fazenda no Piauí. Após a decisão favorável, a propriedade teria sido transferida da Sundeck para a empresa Villa Bella e posteriormente repassada ao grupo Franciosi.

 

A investigação também apura o envolvimento de Ubiratan Franciosi, sócio de João Antônio, além dos sócios da Sundeck Holding, Suzana Pasternak Kuzoiltz e Jacyr Pasternak.

 

O grupo Franciosi, umas das maiores empresas do agronegócio Brasileiro, controla uma área produtiva de 82 mil hectares no município de Luís Eduardo Magalhães, no extremo oeste baiano, extensão equivalente a aproximadamente metade do território da cidade de São Paulo.