Ao avaliar ato contra PEC da Blindagem, Éden Valadares defende atualização da esquerda: “Precisa ter política, mas pode mesclar”
Por Eduarda Pinto
O atual secretário de Comunicação do Partido dos Trabalhadores (PT), Éden Valadares, citou que as manifestações de 21 de setembro, contra a PEC da Blindagem, em todo país representam uma mudança nas mobilizações organizadas por partidos de esquerda no Brasil. Em entrevista ao Bahia Notícias no Ar, na Antena 1 (100.1 FM), nesta terça-feira (21), o ex-presidente do PT na Bahia afirma que apesar que o protesto foi organizado por partidos e entidades políticas, mas ganhou um caráter “apartidário”.
“Aqueles atos foram organizados por partidos políticos, aquilo não nasce do chão. Mas, vou dar um exemplo, tradicionalmente onde o PT, PCdoB, PSOL e a esquerda na Bahia se mobiliza? Do Campo Grande até a Praça Castro Alves. Naquele dia a gente botou no Cristo da Barra até o Farol da Barra”, relembra.
Sobre o local, o secretário explica que a mudança permite uma maior visibilidade e conforto para a participação popular. “É um outro ambiente, onde você pode levar a família, já é de dia, não era dia de semana, não atrapalha o trânsito da cidade e já quebra um pouquinho do paradigma tradicional da esquerda. Eu vi muitas famílias aquele dia e já ajudou [a mobilizar]”, completa.
LEIA MAIS:
Éden destaca ainda a participação da categoria artística e cultural, que teve participação nas mobilizações de todo país. “Quebrou [o paradigma] com os artistas e a mobilização cultural. Precisa ser comício, gente? Com 250 falas seguidas, vou chamar assim, de novo? Não é que são chatas, são importantes, precisa ter política, precisa ter opinião, mas pode mesclar?”, defende.
“Você tem razão quando diz que o PT precisa se modernizar, se atualizar, se renovar nesse sentido. Também, nas ruas e nas redes, não é que você precisa tirar a política para mobilizar, não precisa ser tanto ao mar, nem tanto à terra”, explica o petista. Ao final, o entrevistado define que “obviamente as formas ajudaram, mas o conteúdo foi fundamental”.