Censo dos Professores: Categoria é a 4° maior entre os trabalhadores baianos e possui uma renda 40% maior no país
Por Eduarda Pinto
O Brasil possui mais de 3,1 milhões de professoras e professores registrados, formando a nona principal categoria de trabalhadores brasileiros. É o que apontam os dados do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do ano de 2022. Nesta quarta-feira (15), dia em que se comemora o Dia Mundial dos Professores, o Bahia Notícias divulga as informações sobre o perfil básico e de renda dos profissionais da educação.
Segundo o levantamento, os profissionais da educação representavam 3,6% de todas os 87,8 milhões de pessoas que trabalhavam na época. Na Bahia, o grupo ganha ainda mais peso: os profissionais da educação somam 375,8 mil pessoas trabalhando na seção de atividade de educação no ano da pesquisa. Proporcionalmente, a categoria é a quarta (4°) maior do estado, representando 7,0% do total de 5,4 milhões de trabalhadores baianos.
Em termos de gênero, oito em cada dez profissionais da educação brasileira são mulheres, 78,3% (2,4 milhões). No estado o contingente é ligeiramente menor, chegando a 76,9% (289,1 mil). Entre homens e mulheres, a maior parte dos trabalhadores da educação na Bahia são negros de pele parda (53,5%), cerca de 201 mil, resultado que difere do país, em que 53,3% dos profissionais são pessoas brancas (1,7 milhão).
Quando divididos em subcategorias de nível de ensino, 4 em cada 10 professores brasileiros, ou cerca de 1,2 milhão, atuam no ensino fundamental, entre o 1° e 9° ano do ensino básico. 439 mil, ou 1 em cada 10, atuam no ensino pré-escolar, com crianças entre 0 a 6 anos, majoritariamente. Outros 115,3 mil professores trabalham no ensino superior e apenas 36,9 professores nas redes de ensino médio.
Gráfico elaborado por Eduarda Pinto / Bahia Notícias
RENDA DOS PROFESSORES
A média geral de renda dos profissionais do ensino é de R$ 4.017. Segundo informações divulgadas pela Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Teaching and Learning International Survey – Talis) 2024, divulgada neste ano apenas 22%, ou seja, menos de um quarto dos professores brasileiros entrevistados "concordaram" ou "concordaram fortemente" que estariam satisfeitos com seus salários.
No entanto, apesar da insatisfação, a renda da categoria é cerca de 40% maior que o rendimento médio de todas as pessoas que trabalham no país (R$ 2.850,6) e era o 18º mais alto entre os 49 subgrupos de ocupação. Na Bahia, demonstram uma realidade mais escassa. A média de rendimento dos professores era de R$2.785,1, em 2022, mas o valor ainda representava um índice de superávit similar (43%) em relação ao rendimento médio do estado, que era de R$ 1.944,9.
Os números do Censo detalham uma realidade complexa: a disparidade de renda entre os profissionais da educação no Brasil. O grupo com maior renda registrada na categoria é o dos professores de ensino superior.
Segundo o Censo, a média de renda dos profissionais que atuam em universidades brasileiras é de R$ 10.454, um valor 75,2% maior que a renda registrada pelos professores de artes (R$ 2.589), grupo menos valorizado da categoria.
Observando apenas as etapas escolares, os professores e professoras do ensino pré-escolar possuem a menor média salarial entre colegas: R$ 3.387. Professores do ensino fundamental recebem, em média, R$ 3.968, e os do ensino médio ganham R$ 4.645, em média. Outros professores de idiomas ou de música tem remuneração média entre R$ 3 mil e R$ 3.098.
O BN considerou ainda os cuidadores de idiomas e ajudantes de professores. No que diz respeito a estes grupos, renda flutua entre R$ 1.369, para os cuidadores, e R$ 1.789 para os ajudantes.