Ciro Nogueira rompe com Eduardo Bolsonaro e deixa claro que Centrão vai liderar campanha da direita em 2026
Por Redação
O senador Ciro Nogueira (PP-PI) expôs publicamente, ao falar sobre Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, o que ele e outros líderes do Centrão já vinham dizendo nos bastidores: que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem causado “prejuízos” à direita e que, daqui para frente, será o Centrão quem comandará a campanha da oposição nas eleições presidenciais de 2026.
Em entrevista à TV Bandeirantes, divulgada no sábado (11), Ciro deixou claro que os partidos de direita não pretendem aceitar nenhum membro da família Bolsonaro na chapa presidencial, nem mesmo como vice. Segundo ele, a estratégia eleitoral será liderada por partidos com maior articulação no Congresso, tirando de cena o próprio Jair Bolsonaro e seus filhos.
O conflito entre Eduardo Bolsonaro e líderes do Centrão se arrasta pelo menos desde setembro. Naquele mês, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo que o deputado “vai ajudar a matar o pai” se insistir em lançar uma candidatura própria à Presidência em 2026.
Desde então, o bloco político tem feito diversas movimentações para conter Eduardo. Em um dos episódios mais recentes, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, viajou aos Estados Unidos para conversar pessoalmente com o deputado, após ele ter feito ataques ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), nome considerado favorito do Centrão para disputar o Planalto em 2026.
O grupo ainda esperava que Jair Bolsonaro conseguisse conter o filho, mas, diante da resistência de Eduardo, líderes concluíram que seria necessário tornar pública a insatisfação.
Ao associar Eduardo Bolsonaro e sua atuação nos Estados Unidos às tensões em torno do julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), Ciro Nogueira também faz um gesto político à Corte, tentando sinalizar distanciamento dos ataques à instituição e reposicionar o Centrão como uma força de moderação dentro da direita.
O presidente do PL fez o mesmo aceno em um evento no interior de São Paulo em setembro, onde o presidente do partido de Bolsonaro disse, sobre a condenação do ex-presidente que, se "o Supremo decidiu, temos que respeitar". As informações são do G1.