Festival Curicaca premia soluções tecnológicas e conecta juventude à indústria do futuro em Brasília
Por Redação
Subir ao palco, apresentar uma ideia inovadora em três minutos e disputar um impulso financeiro para transformar um projeto em realidade. Foi assim que jovens empreendedores encerraram neste sábado (11) a primeira edição do Festival Curicaca, evento sobre tecnologia, inovação e sustentabilidade promovido pelo governo federal no Estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Organizado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o festival marcou o encerramento do Desafio Nacional de Inovação, uma espécie de “batalha de startups” que distribuiu 20 prêmios de até R$ 15 mil para ideias com potencial de impactar positivamente a produção industrial brasileira.
Lançado em agosto, o edital recebeu 350 projetos inscritos. Jovens de diferentes regiões do país apresentaram suas soluções para problemas produtivos, econômicos e ambientais em formato de pitching, modelo já consolidado em ecossistemas de inovação.
Entre os destaques está o projeto Vigilância Agrícola e Resposta Digital, desenvolvido por um grupo de 12 estudantes da Faculdade Tecnológica de Pompéia Shunji Nishimura, no interior de São Paulo. A proposta combina técnicas tradicionais de controle de pragas com inteligência artificial para mapear e otimizar o combate a insetos que afetam culturas como o algodão.
“Hoje temos um protótipo funcional, mas queremos desenvolver um produto comercial e buscar a patente”, explicou Antônio Silveira, 19 anos, um dos integrantes da equipe. O projeto já havia vencido outra competição, em Holambra (SP), e recebeu novo fôlego financeiro no Curicaca.
Realizado entre os dias 7 e 11 de outubro, o Festival Curicaca reuniu universidades, startups, indústrias, centros de pesquisa e representantes do governo em torno de um tema comum: como construir a indústria brasileira do futuro. Foram cinco dias de debates, experiências e programação cultural gratuita.
Distribuído em quatro palcos e dividido em dez “trilhas do conhecimento”, o evento abordou temas como energia renovável e sustentabilidade energética; biotecnologia e inovação em saúde; transformação digital e Indústria 4.0; economia circular, infraestrutura verde, mobilidade sustentável, entre outros.
Um dos painéis do sábado discutiu a presença de mulheres nas deep techs brasileiras, enquanto outro debateu o impacto da desinformação na indústria nacional.
O encerramento ficou por conta do show de Jorge Aragão, com apresentações simultâneas em outros pontos da cidade, incluindo nomes como DJ Marky e a banda Dead Fish.
O festival integra a agenda do Nova Indústria Brasil (NIB), política industrial lançada pelo governo federal em 2024 que prevê investimentos de R$ 300 bilhões até 2026. A meta é reposicionar a indústria brasileira no cenário global com foco em sustentabilidade, inovação e reindustrialização verde.
“A indústria do futuro não é mais feita de chaminé e fumaça. É feita de biotecnologia, inteligência artificial e sustentabilidade”, afirmou Ricardo Capelli, presidente da ABDI. “Queremos aproximar universidades, institutos e empresas para fazer essa transformação acontecer.”
Financiado com recursos públicos e também com apoio da Petrobras, via Lei Rouanet, o Curicaca pretende voltar em edições futuras, consolidando-se como espaço de encontro entre o saber técnico, a juventude empreendedora e o setor produtivo nacional.