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Insegurança alimentar atinge 2,1 milhões de lares na Bahia, mas estado registra menor índice em 20 anos

Por Redação

Insegurança alimentar atinge 2,1 milhões de lares na Bahia, mas estado registra menor índice em 20 anos
Foto: Agência Brasil/Arquivo

A Bahia registrou, em 2024, o menor índice de insegurança alimentar dos últimos 20 anos, igualando a taxa observada em 2013. Dados divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que 2,115 milhões de domicílios baianos, o equivalente a 37,8% do total, conviviam com algum grau de insegurança alimentar, desde a preocupação com o acesso a alimentos até a falta efetiva de comida.

 

Apesar da melhora em relação a 2023, quando 40,2% das residências estavam nessa condição, o estado piorou no ranking nacional, subindo da sexta para a quinta maior proporção de domicílios com insegurança alimentar do país. A pesquisa integra o módulo de Segurança Alimentar da PNAD Contínua, realizado em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.

 

A redução observada na Bahia foi de 3,2%, o que representa 74 mil domicílios a menos em situação de insegurança alimentar. Mesmo assim, o problema ainda atinge mais de um terço das residências do estado.

 

O levantamento também mostra que a Bahia, apesar de reunir a quarta maior população do país, concentra o segundo maior número absoluto de lares com insegurança alimentar (2,1 milhões) e de pessoas vivendo nessas condições (5,8 milhões), atrás apenas de São Paulo, que soma 3,3 milhões de domicílios afetados.

 

Os dados do IBGE detalham que houve melhora em quase todos os níveis de insegurança alimentar, com exceção da leve, que apresentou pequeno aumento. Insegurança leve: afeta 1,334 milhão de domicílios (23,8%), aumento de 0,7% frente a 2023. Nesses casos, há incerteza quanto ao acesso a alimentos, mas não ocorre fome.

 

Insegurança moderada: presente em 477 mil domicílios (8,5%), queda de 1,2 ponto percentual em relação ao ano anterior. Insegurança grave: atinge 304 mil residências (5,4%), redução de 9% em um ano. Nessas casas, a fome é uma realidade, afetando diretamente 707 mil pessoas.

 

Com esse número, a Bahia continua sendo o segundo estado com mais lares ameaçados pela fome, atrás apenas de São Paulo (409 mil). Em termos proporcionais, o estado tem a sexta maior taxa de insegurança alimentar grave do país e a mais alta fora da Região Norte.

 

Embora os indicadores baianos tenham melhorado, a redução foi menor que a média brasileira. No país, a proporção de domicílios com insegurança alimentar caiu de 27,6% em 2023 para 24,2% em 2024 — uma queda de 3,4 pontos percentuais, contra 2,4 pontos na Bahia.

 

Essa diferença fez o estado cair de posição no ranking, já que outras unidades federativas registraram avanços mais expressivos. Em 2024, o Pará liderou a lista com 44,6% dos lares afetados, seguido de Roraima (43,6%) e Piauí (39,3%). Na outra ponta, Santa Catarina (9,4%), Espírito Santo (13,5%) e Rio Grande do Sul (14,8%) apresentaram as menores taxas do país.

 

O levantamento nacional do IBGE revela ainda que a insegurança alimentar atinge com mais força domicílios chefiados por mulheres, pessoas pardas e de baixa escolaridade. Entre os lares com insegurança alimentar, 59,9% têm mulheres como responsáveis, enquanto no total de domicílios do país elas representam 51,8%.

 

Mais da metade (54,7%) dos domicílios afetados é chefiada por pessoas pardas. Quase 4 em cada 10 (36%) são liderados por pessoas com ensino fundamental incompleto, proporção bem superior à média geral de 26,7%

 

O IBGE realiza medições sobre segurança alimentar desde 2004, por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), e os resultados são comparáveis ao longo das décadas. A Bahia repete agora o menor percentual registrado em 2013, quando o estado também havia atingido 37,8% de domicílios com algum grau de insegurança alimentar.

 

A nova queda indica avanço após o agravamento observado durante a pandemia da Covid-19, quando a fome voltou a crescer em todo o país. Ainda assim, especialistas destacam que os números baianos mostram uma redução lenta e desigual, e que o problema permanece concentrado nas populações mais vulneráveis.