APLB responde Kiki Bispo e nega invasão à Câmara: “Defendemos o respeito à democracia”
Por Paulo Dourado
A APLB-Sindicato respondeu, nesta quarta-feira (8), o vereador e líder do governo na Câmara Municipal de Salvador (CMS), Kiki Bispo (União Brasil), após declarações feitas por ele ao Projeto Prisma, podcast do Bahia Notícias, sobre uma suposta “invasão” de professores ao Centro de Cultura da Câmara. Em nota, o sindicato negou que tenha ocorrido qualquer invasão e repudiou as acusações feitas pelo parlamentar. A entidade afirmou que, no episódio citado, ocorrido em 22 de maio deste ano, os professores e demais servidores municipais estavam apenas acompanhando a votação do Projeto de Lei que tratava do reajuste salarial dos servidores, incluindo os profissionais do magistério.
Segundo a APLB, a presença da categoria no local se deu de forma pacífica, dentro do direito de manifestação garantido pela Constituição.
“Nossa luta, especialmente neste momento conjuntural, é pelo respeito à democracia e às instituições. Defendemos o fortalecimento do Estado Democrático de Direito e não compactuamos com ações autoritárias que diminuam os direitos dos trabalhadores”, declarou a entidade.
O sindicato relatou ainda que, no mesmo dia, vereadores da base governista apresentaram emendas ao projeto em uma ‘sala secreta’, sem o conhecimento da direção da APLB ou da categoria. De acordo com a nota, as modificações aprovadas posteriormente foram vistas como “um terrível golpe”, por distorcerem o Plano de Carreira do Magistério.
A APLB destacou também que, durante os 74 dias de greve da educação municipal, não houve registro de atos de violência ou vandalismo.
Por fim, a entidade rejeitou a acusação de ter interesses político-partidários, reforçando seu caráter apartidário.
“Repudiamos a acusação de que a APLB é um sindicato com interesses políticos. Todo cidadão tem o direito de filiar-se a qualquer partido, o que inclui dirigentes sindicais, assim como os próprios vereadores desta cidade. A APLB-Sindicato é apartidária”, conclui o comunicado.
RELEMBRE
O vereador e líder do governo na Câmara Municipal de Salvador, Kiki Bispo, comentou na última segunda-feira (6) sobre os episódios envolvendo a APLB e a tramitação do Projeto do Plano de Carreira do Magistério Municipal, que prevê reajuste de até 25% para professores da rede municipal. Em entrevista ao podcast Projeto Prisma, do Bahia Notícias, ele classificou como “lamentável e traumático” o episódio de invasão da Câmara durante as discussões sobre o aumento salarial.
“Eu acho que foi lamentável, foi traumático, feriu de morte a democracia. É um episódio que não pode se repetir, porque não faz bem a ninguém. A Câmara, eu sou testemunha, sempre votou nos projetos de aumento dos servidores com muito diálogo. Antes mesmo da votação, a mesa da Câmara recebeu diversas vezes representantes do sindicato da APLB”, afirmou Kiki Bispo.
O vereador ainda criticou a atuação da APLB, apontando caráter político-partidário na forma como o sindicato dialoga com o governo municipal e estadual.
“Naquela situação, não dá para negar o lado político-partidário. A APLB, que tem ligação com determinado partido, dialoga de forma diferente com o governo do Estado. Lá, houve reunião, fotos, boa vontade. Com a prefeitura, não. O mesmo percentual de aumento enfrentou dificuldade e má vontade em ser aceito. Aquela invasão, para mim, foi a expressão dessa vontade política partidária”, completou.