Burger King anuncia saída da Argentina em meio à crise e concorrência em setor de fast food

A rede Burger King vai encerrar as operações na Argentina. A medida foi anunciada pelo grupo mexicano Alsea, responsável pela franquia da marca no país, e faz parte de um plano de desinvestimento regional, que inclui também as operações da rede no Chile e no México.

 

Segundo O Globo, a Alsea, um dos maiores grupos de gastronomia da América Latina, contratou o banco BBVA para conduzir o processo de venda e buscar potenciais compradores entre fundos de investimento, grupos locais do setor alimentício e operadores internacionais de fast food.

 

A decisão de deixar a Argentina segue o mesmo caminho adotado pela Alsea na Espanha, onde o grupo vendeu as operações do Burger King para o fundo inglês Cinven há cerca de um ano. Apesar da saída do negócio de hambúrgueres, o grupo mexicano não deixará o mercado argentino: continuará operando a rede Starbucks, também sob sua gestão.

 

Em resposta ao jornal La Nación, a empresa evitou comentar o assunto, afirmando apenas que “não faz declarações sobre rumores ou especulações de mercado”.

 

INÍCIO

A Burger King chegou à Argentina em 1989, inaugurando a primeira unidade em Belgrano, Buenos Aires. Em 2017, atingiu o marco de 100 lojas, e conta atualmente com 118 restaurantes espalhados por diversas províncias, o que inclui Santa Fe, Córdoba, Mendoza e Tucumán.

 

Apesar da trajetória de expansão, a marca enfrenta forte concorrência e queda na rentabilidade. O setor de fast food argentino sofre com a estagnação do consumo e a inflação elevada, fatores que vêm afetando especialmente as redes de alimentação rápida.

 

O McDonald’s segue como líder de mercado, enquanto o Mostaza, marca argentina, consolidou-se como principal rival com preços mais competitivos, ampla presença em shoppings e expansão no interior do país.

 

“A categoria de hambúrgueres se ‘comoditizou’. Qualidade e sabor já não bastam diante de concorrentes que apostam em cardápios inovadores, delivery ativo e promoções agressivas”, explicou um consultor de consumo ao La Nación.

 

POSSÍVEIS COMPRADORES

Entre os interessados na operação está o grupo equatoriano Int Food, que atua na América do Sul desde 2018 e já controla as marcas Wendy’s e KFC. O processo de negociação continua em fase inicial.