PIB da Bahia cresce 0,3% no 2º trimestre, mas SEI aponta sinais de desaceleração da economia estadual
Por Redação
A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) divulgou, nesta quinta-feira (18), a Carta de Conjuntura referente ao segundo trimestre de 2025. O estudo aponta que, apesar do cenário nacional de juros elevados, inflação acima da meta e incertezas externas, a Bahia conseguiu registrar crescimento de 0,3% em relação ao trimestre anterior, sustentado pelo mercado de trabalho e pela agropecuária.
Na comparação anual, o PIB baiano avançou 2,1%, taxa próxima à registrada pelo Brasil no mesmo período (2,2%). Segundo a SEI, o desempenho positivo foi garantido, principalmente, pela safra de grãos, que alcançou mais de 12,8 milhões de toneladas — alta de 12,7% sobre 2024.
A indústria apresentou retração de 1,2% em relação ao 1º trimestre, após ter crescido 3% no início do ano. No acumulado do semestre, a expansão foi de apenas 0,7%. Os serviços também recuaram 2% na comparação com o 2º trimestre de 2024, interrompendo uma sequência de crescimento iniciada em 2021.
O comércio varejista conseguiu manter desempenho positivo: alta de 3,4% frente ao trimestre anterior e de 1,7% na base anual, embora o varejo ampliado tenha registrado queda de 2,4%.
As exportações somaram US$ 2,71 bilhões, recuo de 3,4% em relação a 2024. As importações caíram ainda mais, 37,5%, puxadas pela menor demanda interna e pela elevação dos juros, que reduziu em 38,3% o volume desembarcado. A tendência de queda dos preços das commodities é apontada como risco para o desempenho externo em 2025.
No 2º trimestre, a Bahia criou 35.229 vagas com carteira assinada, elevando o total de vínculos formais para 2,2 milhões. Isso representa 27,2% dos empregos formais do Nordeste e 4,55% do total nacional. A taxa de desocupação caiu para 9,1%, menor nível desde 2013 para um segundo trimestre.