Tarcísio visita Bolsonaro em prisão domiciliar e defende anistia: “Redução de penas não satisfaz o presidente”
Por Redação
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos no condomínio em Brasília onde Jair Bolsonaro (PL) cumpre prisão domiciliar. Nesta segunda-feira (29), ocorreu o primeiro encontro entre os dois desde a condenação do ex-presidente a 27 anos e três meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por participação na trama golpista.
Ao Globo, após a reunião, Tarcísio disse que a proposta em discussão no Congresso de reduzir as penas dos envolvidos no 8 de Janeiro e na tentativa de golpe não “satisfaz” Bolsonaro.
“Não conversamos sobre isso. Minha posição é de defesa da anistia, acredito na paz dialogada e já foi usada em outros momentos. Podemos citar a anistia de 1979, da recepção no texto constitucional, do artigo quinto que trata sobre anistia e indulto. (A redução de penas) não satisfaz o presidente”, declarou.
O almoço, também acompanhado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e pelo vereador Jair Renan, filho mais novo do ex-presidente, foi apresentado como gesto de amizade, mas teve tom político. Houve críticas ao STF e reafirmação da unidade da direita em torno das eleições de 2026.
Tarcísio afirmou que seguirá como candidato à reeleição em São Paulo, mas destacou a ligação pessoal com Bolsonaro. “Vim visitar um amigo, que foi importante na minha trajetória. O presidente está passando por um momento difícil. É muito triste. A gente conversando e ele soluçando o tempo todo”, disse, ao relatar dificuldades de saúde do ex-presidente.
Flávio Bolsonaro reforçou a mensagem de unidade. “Independentemente de como as coisas vão transcorrer daqui para frente, eu, Tarcísio e os partidos de centro-direita estaremos juntos em 2026 para recolocar o Brasil nos trilhos. O presidente sempre poderá contar conosco, no momento bom ou no momento ruim”, afirmou.
O senador também criticou o STF e disse esperar mudança de postura com a posse de Edson Fachin na presidência da Corte. “Espero que tenha a sabedoria de conduzir o tribunal com a autocontenção que sempre pedimos, mas nunca vimos acontecer. Bolsonaro está preso sem sequer ter sido denunciado e, mesmo com o prazo já vencido, não houve resposta sobre suas medidas cautelares.”
O gesto de Tarcísio ocorre em meio à expectativa de aliados sobre seu posicionamento em relação ao bloqueio à anistia ampla no Congresso. O governador vinha articulando a aprovação da urgência do projeto, mas tem se mantido afastado das discussões sobre o mérito da proposta.