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Morre a socióloga e professora Maria Brandão, referência nos estudos urbanos e habitacionais no Brasil

Por Redação

Morre a socióloga e professora Maria Brandão, referência nos estudos urbanos e habitacionais no Brasil
Foto: Arquivo Pessoal

Morreu neste domingo (21), aos 92 anos, a socióloga e professora aposentada da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Maria David de Azevedo Brandão, uma das principais referências brasileiras nos estudos sobre urbanização, habitação e desigualdade social. 

 

Professora da UFBA desde 1961, Maria Brandão teve atuação marcante nas décadas de 1960 a 1990, período em que produziu análises pioneiras sobre a realidade urbana de Salvador e do Recôncavo Baiano.

 

Nascida em 18 de maio de 1933, era filha do médico e antropólogo Thales Olímpio Góes de Azevedo e de Mariá David de Azevedo, com quem compartilhou o compromisso intelectual e social com as camadas mais vulneráveis da população. Com uma trajetória que aliava o rigor acadêmico à sensibilidade social, Maria Brandão se tornou um dos nomes mais respeitados da sociologia brasileira.

 

Graduada em Ciências Sociais pela UFBA em 1956, sua formação acadêmica teve projeção internacional, com passagens por instituições como a Columbia University, a London School of Economics, a University of Pennsylvania e a Sorbonne Nouvelle. Também foi professora visitante na Universidade de Varsóvia (Polônia) e na University of Sussex(Reino Unido).

 

Autora de 12 livros e dezenas de artigos, Maria Brandão teve como foco principal de pesquisa as dinâmicas sociais das cidades, com atenção especial às condições habitacionais das populações de baixa renda e às desigualdades raciais e territoriais. Suas obras mais conhecidas incluem Perspectivas da América Latina (1989); Recôncavo da Bahia: sociedade e economia em transição (1998); Milton Santos e o Brasil: território, lugares e saber (2004); Thales de Azevedo: Antologia (2013).

 

Nos últimos anos, sua produção foi reunida em coletâneas organizadas por colegas e instituições acadêmicas, como Mundo e Lugar, A Urbanidade do Pensamento de Maria Brandão (2021) e Cidade, Urbanidade, Baianidade e Outras Reflexões (2023), evidenciando a atualidade de suas reflexões.

 

Além da atuação como pesquisadora e professora, Maria Brandão foi consultora de organismos internacionais, como o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Fundação Ford, participando ativamente da formulação de políticas públicas no Brasil e em outros países da América Latina.

 

Sua influência ultrapassou os limites da universidade, contribuindo para o debate público sobre cidades mais justas, o papel do Estado na redução das desigualdades e a centralidade da habitação na construção de sociedades democráticas.

 

Maria Brandão faleceu em Salvador, após um longo período convalescente. Deixa três filhos, Marcos, André e Eduardo Azevedo Brandão, sete netos e cinco irmãos. O sepultamento será realizado nesta segunda-feira (22), às 10h, no Cemitério Bosque da Paz, na capital baiana.