Sebrae destaca papel das micro e pequenas empresas na sustentabilidade durante congresso em Salvador

Presente no 3º Congresso Brasileiro de Direito e Sustentabilidade, nesta quinta-feira (11), o superintendente do Sebrae, Jorge Khoury, destacou a importância da pauta ambiental no cenário atual. Em entrevista, ele ressaltou que a preocupação com a sustentabilidade deveria ter sido adotada mais cedo pela sociedade global, mas que ainda é tempo de atuar para reduzir os impactos futuros.

 

“Eu acho muito importante a realização desse evento. Eu não tenho dúvida que o mundo há muito tempo já devia estar preocupado com isso. Talvez se estivesse preocupado há mais tempo, nós não estivéssemos tendo todos os problemas que estamos tendo agora. Então, se a gente quer aliviar um pouco mais o que vem pela frente, temos que ter essa visão”, afirmou Khoury em entrevista ao Bahia Notícias.

 

Segundo ele, a discussão sobre direito e sustentabilidade é fundamental para compreender de que forma a legislação pode fortalecer esse processo e garantir alinhamento com padrões internacionais. “A questão do direito e a sustentabilidade é exatamente mostrar como juridicamente, como legalmente, nós podemos fazer isso e sermos entendidos diante da sociedade mundial, não apenas nós aqui da Bahia e do Brasil”, completou.

 

Khoury também destacou a necessidade de aproximação do Sebrae com micro e pequenos empresários, que, segundo ele, ainda enfrentam dificuldades para se adaptar às práticas sustentáveis. O dirigente lembrou que a instituição desenvolve há alguns anos iniciativas voltadas ao tema, como o projeto Sebrae Ecos, no Parque da Cidade, em Salvador.

 

“Nós do Sebrae, que trabalhamos com a micro e pequena empresa e que eles têm um pouco mais de dificuldade de entender, nós temos que estar bem sintonizados com esse tema. Tanto que por conta disso uns dois ou três anos atrás nós começamos a fazer um trabalho exatamente no Parque da Cidade”, explicou.

 

Ele indicou que, muitas vezes, empreendedores de menor porte acreditam que sua contribuição não é importante. Contudo, ressaltou que a soma de pequenas ações pode gerar impacto significativo. “Muitas vezes a micro e a pequena empresa dizem ‘não, isso é coisa para a grande empresa, isso não é para a gente não, a gente faz tão pouco’. Mas o problema é que cada um é pouco, mas eles são muitos. Então, o pouco de cada um é muito dentro do cenário”, disse.

 

ECONOMIA CIRCULAR
Ao tratar dos novos caminhos para o empreendedorismo sustentável, Khoury citou a economia circular como um conceito em expansão entre pequenos negócios. Para ele, práticas como o aproveitamento de resíduos podem se transformar em alternativas econômicas viáveis para as empresas.

 

“Hoje eu diria até que nós estamos vivendo um outro tempo, que é o tempo também da economia circular. Então, a questão da sustentabilidade, no momento que eu tenho cuidado com os meus rejeitos, eu posso ter neles até uma outra fonte de receita através da economia circular. Esse tipo, toda essa arrumação, toda essa proposta, todo esse entendimento, nós temos feito exatamente no sentido, com o propósito de dar contribuição para a nossa sustentabilidade”, concluiu.

 

O EVENTO
O 3º Congresso Brasileiro de Direito e Sustentabilidade, evento que ganha destaque em um ano marcado pela realização da COP30 no Brasil, busca articular o setor empresarial, acadêmico e produtivo em torno de debates essenciais sobre desenvolvimento sustentável, direito ambiental e equilíbrio entre crescimento econômico e preservação dos recursos naturais.

 

Em entrevista para a rádio Antena 1 no mês passado, os realizadores do Congresso Brasileiro de Direito e Sustentabilidade, Isabela Suarez   Presidente da Associação Comercial da Bahia (ACB), Georges Humbert - Presidente do Instituto Brasileiro de Direito e Sustentabilidade (IbradeS) e Mário Dantas (Presidente do LIDE Bahia), afirmaram que o congresso surge em um momento estratégico, quando o país se prepara para receber a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que vai ocorrer no Pará.