TCE-SP determina suspensão de programa de escolas cívico-militares de Tarcísio de Freitas
Por Redação
O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) determinou a suspensão do Programa Escola Cívico-Militar criado pela gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). A decisão proferida nesta quinta-feira (3), atendeu uma representação feita pelo Coletivo Educação em 1º Lugar, integrado pela deputada federal Professora Luciene Cavalcante (PSOL), pelo deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL) e pelo vereador paulistano Celso Giannazi (PSOL).
“É muito importante a decisão do TCE que suspende o edital absurdo, abusivo e inconstitucional apresentado pelo governador Tarcísio de Freitas, em uma medida que representa um verdadeiro malabarismo jurídico e administrativo. Ele tentou realizar a contratação sem a existência legal da função de monitor militar, sequer prevista no orçamento estadual. Ou seja, não há qualquer estimativa do impacto que isso causaria ao erário público. A decisão é fundamental não apenas para a educação, mas também para a defesa de uma administração pública responsável”, afirmou a deputada Luciene Cavalcante.
De acordo com informações divulgadas pelo G1, o TCE-SP reconheceu falhas graves na implantação do programa. Entre os destaques estão:
- uso de verbas da Educação para pagamento de policiais militares, caracterizando desvio de finalidade;
- ausência de estudos prévios de impacto orçamentário e financeiro;
- falta de planejamento detalhado, metas e indicadores de desempenho;
- afronta à Constituição e à Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
Em agosto, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) derrubou a decisão que suspendia temporariamente a contratação de policiais militares para trabalhar em escolas cívico-militares. Com isso, o governo de São Paulo retomou o processo seletivo de monitores e monitores-chefes que farão parte do programa em 100 escolas da rede.
Com a decisão, o TCE: suspendeu imediatamente a execução do programa; proibiu o uso de recursos da Secretaria da Educação para custear policiais militares; determinou a análise da regularidade das despesas já realizadas e também abriu a possibilidade de responsabilização de agentes públicos que autorizaram gastos considerados irregulares.
A reportagem procurou a Secretaria Estadual da Educação (Seduc-SP), mas ainda não recebeu retorno da pasta gerida por Renato Feder.