Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio participam de audiência na Câmara sobre atos golpistas de 8 de janeiro
Por Redação
Considerados foragidos pela Justiça brasileira, os blogueiros Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio participaram, nesta quinta-feira (28), de uma audiência pública da Câmara dos Deputados sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Ambos falaram por cerca de dez minutos, cada, via chamadas de vídeo, durante a reunião convocada pela Subcomissão de Fiscalização e Direitos dos Presos do 8 de Janeiro, vinculada à Comissão de Segurança Pública da Casa.
O nome dos dois não constava na lista oficial de convidados divulgada no YouTube, mas os blogueiros apareceram nos minutos 47:05 e 4:19:00 da transmissão pública. Antes de abrir a palavra para Allan dos Santos, o presidente da subcomissão, deputado federal Coronel Meira (PL-PE), chamou-o de “guerreiro” e afirmou que os parlamentares poderiam ouvir quem quisessem.
“Quem manda aqui na Câmara somos nós, deputados federais, eleitos verdadeiramente pelo povo brasileiro. STF, Alexandre de Moraes e imprensa não podem pautar a Câmara nem a nossa comissão”, disse Meira.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que participa de articulações internacionais em defesa de anistia a seu pai e para evitar a cassação do próprio mandato, também esteve presente à reunião, convocada por parlamentares bolsonaristas.
Durante a audiência, Allan dos Santos afirmou viver “livre” nos Estados Unidos desde 2021, enquanto Oswaldo Eustáquio relatou estar na Espanha desde 2023, onde pediu asilo. Ambos questionaram os processos judiciais relacionados aos atos golpistas, atacaram o Supremo Tribunal Federal e o ministro Alexandre de Moraes, e pediram que deputados votem em favor de anistia. Allan defendeu ainda o impeachment de Moraes, mas disse que não deseja sua morte ou prisão.
“Exijo que ele saia do Supremo Tribunal Federal e seja julgado no devido processo legal que nunca foi usado contra seus inimigos”, afirmou Santos.
Allan dos Santos é alvo de inquéritos no STF por disseminação de fake news e participação em milícias digitais, tendo a prisão preventiva decretada em 2021. Já Oswaldo Eustáquio foi preso em dezembro de 2022 e é investigado desde 2020 por envolvimento com atos antidemocráticos. Em sua fala, Eustáquio alegou ter sido alvo de tortura física e psicológica e pediu intervenção de parlamentares de direita em favor de aliados do ex-presidente Bolsonaro.
“Tenho convicção, meus amigos, que não custou caro. Custou tudo. Mas acredito que o Sol da Justiça voltará a brilhar sobre o Brasil. É nossa geração que vai transformar a história do país”, declarou Eustáquio.