Diretor do Inema destaca desafios do saneamento e preservação da água em evento sobre universalização

O diretor-geral do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Eduardo Topázio, defendeu a importância do saneamento básico para a preservação ambiental e para o uso racional da água, durante participação no evento “Do Básico do Saneamento para a Universalização”, promovido pelo Bahia Notícias em parceria com a Embasa e a Rádio Antena 1.

 

Em entrevista ao BN, Topázio ressaltou que o saneamento desempenha papel essencial na redução dos impactos ambientais causados pela ação humana.

 

“Saneamento é fundamental para você ter um meio ambiente melhor. Nós humanos geramos resíduos que combatem o meio ambiente, que atrapalham o meio ambiente, poluem, esgoto sanitário, depois que você consome água, consome alimentos e que o ser humano, todos os animais geram. Então, o investimento de saneamento tem como finalidade básica exatamente minimizar esses impactos, reduzir esses impactos, não dar impacto”, afirmou.

 

O gestor também destacou a necessidade de ampliar a prática de reutilização da água, evitando o uso de água tratada para fins que poderiam ser supridos com alternativas de menor custo.

 

“E pode ter uma política de bastante avanço quando você trabalha com reutilização da água usada para outras finalidades menos nobres. Aqui a gente tem o hábito de usar a água tratada, que é uma água cara, é uma água com grande investimento, para a finalidade que pode ser usada com a água com tratamento mais básico. Hoje a gente joga boa parte dos nossos esgotos no oceano. Ótimo. É uma boa solução do ponto de vista ambiental, que dilui com muito mais facilidade. Mas também tem seus custos embutidos. Então, um grande desafio é ter um uso racional”, declarou.

Ao abordar a realidade do interior baiano, Topázio lembrou que muitas comunidades ainda não têm acesso ao saneamento em razão da distância e da dispersão populacional. Segundo ele, a infraestrutura pode servir como instrumento de conscientização.

 

"O saneamento também vem na solução desse problema, onde busca também, até de maneira indireta, uma educação de formalizar as pessoas da importância de preservar os recursos hídricos. Porque vem de um ambiente que tem uma interação com a natureza, mas que a sua reutilização gerada de esgoto também seja dada uma destinação adequada, porque senão vai poluir aqueles poucos mananciais que atendem a população", avaliou.

 

O diretor chamou atenção ainda para os efeitos da ocupação urbana desordenada sobre os recursos hídricos de Salvador.

 

"Salvador, por causa de uma ocupação irracional em décadas e décadas passadas, sem se preocupar com esse aspecto, perdeu grande parte dos seus mananciais que não podem mais ser utilizados (…). Então nós usamos água que é a maior concentração populacional do estado da Bahia, água que vem do semiárido, porque todo o desenvolvimento, entre aspas, econômico, desenvolvimento, crescimento desordenado dessa cidade, não consideraram a manutenção dos nossos mananciais que geram água para nosso próprio uso", disse.

 

Por fim, Topázio ressaltou a responsabilidade dos municípios na condução de políticas ligadas à ocupação do solo e ao uso sustentável da água.

 

"E a gente continua com esses riscos, com o crescimento desordenado. Cabe os poderes locais e municipais pensarem, refletirem porque isso não é um papel da empresa de saneamento, é um papel da sociedade como um todo, é um papel sobretudo nos municípios, porque o uso e a ocupação dos solos é questão dos municípios e a gente tem que ter consciência cada vez maior de que água é essencial à vida".

 

O EVENTO
Organizado pelo portal Bahia Notícias, em parceria com a Empresa Baiana de Águas e Saneamento – Embasa e a Rádio Antena 1, o evento “Do Básico do Saneamento para a Universalização”, acontece no Auditório da FIEB, no bairro do Stiep, em Salvador.

 

A iniciativa reúne autoridades, especialistas, jornalistas, empresários, acadêmicos e representantes da sociedade para discutir os desafios e as soluções que podem garantir o acesso pleno à água tratada e ao esgotamento sanitário na Bahia.