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Afya Summit debate oportunidades e riscos da IA na Medicina e apresenta ferramentas que podem facilitar rotina nos consultórios

Por Rebeca Menezes, de São Paulo

Afya Summit debate oportunidades e riscos da IA na Medicina e apresenta ferramentas que podem facilitar rotina nos consultórios
Foto: Fábio Mendes

O uso da Inteligência Artificial (IA) está cada vez mais difundido no dia a dia das pessoas, e não seria diferente na Medicina. Mas quais são os riscos associados ao seu uso no consultório? Como ter a prática facilitada sem afetar a saúde dos pacientes? Afinal, robôs vão substituir os médicos? Esses são alguns dos temas presentes na segunda edição do Afya Summit, evento organizado pelo Grupo Afya no auditório do Ibirapuera, em São Paulo, neste sábado (23).

 

Durante a abertura, o CEO do Grupo Afya, Virgilio Gibbon, apontou que o objetivo da Universidade é transformar o médico em protagonista da sua carreira, oferecer oportunidades de qualificação tanto para estudantes quanto para quem já está há muitos anos no mercado e precisa se atualizar sobre as novas tecnologias. "O impacto do nosso ecossistema no Brasil é cada vez maior. São mais de 25 mil estudantes de Medicina, de 33 instituições e 14 estados. Nossas tecnologias hoje para os médicos já têm mais de 250 mil usuários ativos mensais. Cada médico formado, cada tecnologia implementada, cada conhecimento compartilhado, reverbera muito além da sala de aula", apontou Gibbon.

 

Aliás, inovação foi o tema escolhido para a palestra de abertura do evento. Diretor do Medical Futurist Institute, o húngaro Bertalan Meskó apresentou, de forma remota, o painel "A saúde precisa de uma viagem a Marte", provocando o público a imaginar qual estrutura seria necessária para um atendimento médico em outro planeta - e como isso pode traduzir desafios que enfrentamos na Terra.

 

Segundo Meskó, para que uma experiência como essa desse certo, precisa de alguns fatores: ser um atendimento acessível, personalizado, que trabalhe a prevenção mas, sobretudo, humano. "Se você perder empatia e compaixão, você perde o coração da medicina", defendeu.

 

O "Médico Futurista" ainda alertou que muitos médicos têm receio de utilizar a tecnologia e as novas ferramentas, o que pode levar ao atraso do avanço no setor. "Antes você levava décadas pra desenvolver uma nova tecnologia. Hoje, você consegue novas tecnologias todos os dias, mas demora mais pra adotá-las", avaliou. Para ele, a IA já é realidade, e não vai substituir os médicos, mas pode, por outro lado, ajudá-los a gastar menos tempo com questões burocráticas e mais com o atendimento humanizado do paciente.

 

ACESSO À SAÚDE CADA VEZ MAIS LONGE

Durante a manhã, o evento ainda debateu como as transformações tecnológicas são chave para romper o vazio assistencial e conseguir levar atendimento de qualidade para locais sem estrutura. Presente na "Arena de Insights: A Medicina do amanhã, hoje", a Secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, comentou como o poder público tem acompanhado esse movimento. "A má distribuição de assistência e de médicos não acontece só no Brasil, acontece na maior parte do mundo", lamentou. A especialista apontou, porém, que iniciativas como o projeto "Aqui Tem Especialista", do MS, visa "garantir o cuidado personalizado, e também a continuidade do cuidado". "Esse é um aspecto fundamental. Quando a gente tem a repetição de exames, tem o histórico clínico daquele paciente, e pode ter o cuidado aonde o paciente estiver, você vai oferecer atenção com mais segurança, com mais qualidade", defendeu.

 

Foto: Fábio Mendes

 

Já no painel "Era da Inovação: o Médico entre o Digital, a Ética e a Regulação", o Afya Summit trouxe ao debate os desafios da regulamentação das plataformas de tecnologia e dos softwares utilizados na Medicina moderna. Participaram do debate nomes como Anderson Pereira, gerente de Tecnologia em Equipamentos e Softwares Médicos da Anvisa - que colocou a Agência como um parceiro das novas empresas, reforçando a importância da segurança do processo -, e a deputada federal por São Paulo Adriana Ventura, responsável pelo projeto que regulamentou a Telemedicina no Brasil.

 

Ventura revelou que muitos parlamentares médicos resistiram ao projeto. "Hoje parece óbvio, agora pra você colocar a regulação, teve muito escândalo. [...] Veio a pandemia depois, e aqueles médicos resistentes num primeiro momento, todos contra, se renderam. Tiveram que usar, gostaram e viraram grandes defensores", relatou. Porém, a deputada reforçou que, ao pensar em legislações, não se pode fazer textos muito engessados sob risco de o texto ficar obsoleto em pouco tempo, com o avanço tecnológico.

 

O FUTURO JÁ CHEGOU

Encerrando o primeiro bloco do evento, o cardiologista e diretor médico da Afya, Eduardo Lapa, apresentou a palestra "IA na Medicina: Ficção Científica ou Realidade".

 

Lapa trouxe exemplos de filmes sobre inteligência artificial para provar que muito do que se imaginava que haveria "no futuro" já é presente quando se fala do cuidado médico. Entre os exemplos, estavam equipamentos de inteligência artificial que são criados em filmes como "Homem de Ferro" e "Avatar". Para cada filme, uma tradução prática dessas experiências que já estão nos consultórios.

 

 

 

Para encerrar a manhã, Lelio Souza, vice-presidente de Serviços Digitais da Afya, trouxe três plataformas criadas pelo grupo: o iClinic, que permite a transcrição automática do que é dito pelo paciente, com inclusão no prontuário eletrônico; o Whitebook, uma IA treinada apenas por médicos, com mais de 200 especialistas, e respostas baseadas em evidências científicas; e o pré-lançamento do Afya Receita Pro, que permite a renovação, por IA, de receituários para os pacientes, que inclui a conexão a wearables como o Apple Watch, gerando as receitas até por comando de voz e enviando o documento de forma virtual.