Lula defende justiça ambiental, anuncia tarifa para países ricos na COP30 e destaca metas ambientais e econômicas
Por Redação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (12) que o Brasil apresentará, durante a COP30, prevista para novembro em Belém (PA), uma proposta para que países ricos paguem uma tarifa destinada a financiar ações contra as mudanças climáticas. Lula classificou a medida como parte de um esforço por “justiça ambiental” e disse que a conferência será “a COP da verdade”.
Em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, da Band News, o presidente argumentou que as nações desenvolvidas têm uma dívida anual superior a US$ 1,3 trilhão em razão dos danos ambientais. Ele afirmou que pretende cobrar posicionamentos claros de outros líderes sobre o aquecimento global e disse que a responsabilidade de todos é evitar que o fenômeno se agrave.
Lula também anunciou que quer incluir educação ambiental no currículo escolar, ressaltando que crianças podem influenciar hábitos sustentáveis em suas famílias. Como exemplos das consequências das mudanças climáticas, citou episódios incomuns, como neve na Arábia Saudita e chuvas em áreas desérticas, que ele atribuiu à “irresponsabilidade humana”.
No campo econômico, o presidente disse que criará um conselho subordinado à Presidência para tratar da exploração mineral no país. Segundo ele, acordos com outros países para exploração de minérios deverão incluir a industrialização no Brasil. Lula criticou o modelo atual, que exporta matéria-prima e importa produtos industrializados, e afirmou que apenas 30% do território nacional foi mapeado quanto a recursos minerais, percentual que o governo quer ampliar para 100%.
Ao comentar pressões internacionais e disputas comerciais, o presidente disse que negociações sobre tarifas devem ocorrer “à mesa” e não por meio de imposições unilaterais. Ele também ressaltou que as potências estrangeiras ignoram o fato de que 30 milhões de pessoas vivem na Amazônia.
Lula defendeu as ações ambientais do governo, que, segundo ele, já reduziram o desmatamento na Amazônia em 50%, e reafirmou o compromisso de alcançar o desmatamento zero até 2030. “Nós queremos cuidar da maior floresta tropical do planeta, assim como da nossa água, do Pantanal, da Caatinga e do Cerrado, garantindo qualidade de vida para pescadores, seringueiros, extrativistas, trabalhadores rurais e povos indígenas”, declarou.