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Jovens e negras: Anuário da Segurança Pública releva perfil das vítimas de feminicídio e mortes violentas

Por Eduarda Pinto

Jovens e negras: Anuário da Segurança Pública releva perfil das vítimas de feminicídio e mortes violentas
Foto: Tânia Rego / Agência Brasil

O Brasil registrou um feminicídio a cada 6 horas em 2024. Os dados do Anuário da Segurança Pública, divulgados nesta quinta-feira (24), relevam o perfil das mulheres vitimadas por feminicídio ou mortes violentas no último ano, e o resultado expõe um recorte racial, social e etário neste tipo de violência. 

 

Os números apontam que 1.492 mulheres foram vítimas de feminicídio e outras 3.700 foram vítimas de mortes violentas em 2024. Conforme o Código Penal brasileiro, os feminicídios são um tipo de homicídio (morte) vinculado a motivações de gênero, como a violência doméstica e familiar ou descriminação à condição de mulher. O conceito de mortes violentas intencionais (MVI), incluem uma série de outros tipos de morte, como latrocínio, violência policial e entre outros. 

 

Em casos de feminicídio, a Bahia registrou o 3° maior índice do país, com 111 dos casos. O número é menor que o de 2023, mas a variação ainda foi mínima, de apenas -3,7%. Quando analisamos o perfil das vítimas em todo o país, 63,6% das mulheres eram pretas ou pardas; vítimas declaradas brancas foram 35,7%, indígenas foram 0,6% do total e amarelas eram 0,2%. 

 

No que diz respeito a faixa etária, as mulheres jovens, entre 18 e 24 anos, são as mais vulneráveis a mortes violentas (17,2%), enquanto as mulheres entre 35 e 39 anos são as principais vítimas de feminicídio (15,6%). Em ambos os tipos de crime, a faixa entre 25 e 29 anos se destaca com 13,9% dos feminicídios e 13,8% das MVIs. 

 

O levantamento do Fórum Brasileiro da Segurança Pública ainda segmenta os locais das ocorrências e a relação entre a vítima e o suspeito. Com relação aos locais, se destacam a residência da vítima, em que ocorrem 64,3% dos feminicídios e 46,5% dos motes violentas contra mulheres; e a via pública, onde 36,6% das vítimas foi alvo de mortes violentas e 21,2% foram vítimas de feminicídio. 

 

O indicador da relação entre a vítima e o suspeito corrobora para compreender as circunstâncias do crime. Nos casos de feminicídio, 60% dos suspeitos são companheiros da vítima e 19,1% são ex-companheiros, o que explica a grande taxa de mortes na residência das vítimas. Já para as MVI, os atuais companheiros também se mantém como os principais suspeitos (38,4%), mas os desconhecidos aparecem como o segundo maior grupo (28,5%). 

 

A arma utilizada nos crimes também foi registrada: para os feminicídios, são usados especialmente armas brancas (48,4), como facas, punhais ou canivetes, e depois armas de fogo (23,6%). Nos casos de mortes violentas, o cenário se inverte: armas de fogo são o principal instrumento usado (48,3%), seguido das armas brancas (28,9%). O espancamento também um dos principais métodos usados, especialmente entre feminicídios (12,6%).