Professora chinesa foi monitorada 102 vezes pela Abin em dois meses, aponta investigação
Por Redação
A professora aposentada Chang Chung Yu Dorea, do Departamento de Matemática da Universidade de Brasília (UnB), foi uma das moradoras do Distrito Federal mais monitoradas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), segundo informações dos autos de investigação que apuram o uso irregular do sistema de espionagem da instituição.
De acordo com o inquérito, Chang foi alvo de 102 acessos em um intervalo de apenas dois meses no ano de 2020. A credencial utilizada para realizar as consultas estava vinculada a quatro servidores da Abin. Apesar da frequência do monitoramento, a investigação não resultou em nenhuma operação.
Chang é chinesa naturalizada brasileira e teve atuação destacada ao longo de quatro décadas na UnB. Durante sua trajetória acadêmica, orientou mais de 30 teses e dissertações, supervisionou cinco estágios de pós-doutorado e coordenou diversos projetos de pesquisa com financiamento nacional e internacional. Também esteve à frente do Programa de Pós-Graduação em Matemática da universidade por 13 anos.
Além da docente, a lista de monitorados inclui professores da educação básica e da área de história da rede pública, funcionários de carreira do governo federal e servidores do Judiciário local.
As informações foram divulgadas pelo Metrópoles.