Alunos da PUC denunciados por racismo contra cotistas negros da USP são suspensos por 30 dias
Por Redação
A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) suspendeu por 30 dias estudantes do curso de Direito envolvidos em um episódio de racismo contra alunos cotistas da Universidade de São Paulo (USP). O caso ocorreu no ano passado, a decisão foi anunciada pela universidade católica nesta sexta-feira (6), e passará a valer no dia primeiro de agosto.
O procedimento foi conduzido pelo Núcleo de Mediação e Justiça Restaurativa (NMJR) da PUC-SP. Segundo informações do O Globo, será exigido dos alunos a participação por um ano em cursos e disciplinas sobre igualdade racial, justiça social e direitos humanos, acrescentou a universidade em nota.
"Entre as providências adotadas, também está a criação de Código de Conduta específico para eventos estudantis e esportivos", disse ainda a PUC-SP.
O evento foi realizado em Americana, no interior de São Paulo, em novembro, e ganhou repercussão após vídeos viralizarem nas redes sociais. As ofensas ocorreram por parte de estudantes da Torcida da Atlética 22 de Agosto, durante uma partida de handebol masculino entre equipes da universidade particular e da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP.
O caso chegou ao Ministério Público, solicitando a abertura de inquérito para investigar o ocorrido. Segundo a denúncia, "as ofensas transcendem o ambiente de rivalidade esportiva e configuram um comportamento discriminatório que associa a condição socioeconômica e racial de estudantes cotistas a uma suposta inferioridade". O documento também ressalta que "tais atitudes configuram violação aos direitos fundamentais e ferem diretamente os valores da dignidade humana e da igualdade".
Em uma nota de repúdio conjunta, as diretorias das Faculdades de Direito da USP e da PUC-SP afirmaram que as "manifestações são absolutamente inadmissíveis". As instituições se comprometeram "a apurar rigorosamente o caso, garantindo a ampla defesa e o devido processo legal, e a responsabilizar os envolvidos de maneira justa e exemplar".
Neste domingo, a PUC-SP soltou uma nova nota lamentando o ocorrido. A universidade ressaltou que "promove a inclusão social e racial, por meio de programas de bolsas na graduação e na pós-graduação" e que incluiu "letramento racial na formação dos docentes".