Brown realiza padê no início dos trabalhos do Camarote Andante: ‘Força da Bahia é sua baianidade’
Por Laiane Apresentação / Fernando Duarte
Evocando os orixás, Carlinhos Brown realizou o padê minutos antes de subir ao Camarote Andante e levar alegria ao folião pipoca no circuito Osmar, no Campo Grande, na tarde desta segunda-feira (3). O ritual é uma tradição de Brown e mostra a relação do cantor com a religião e também a ligação entre o culto e a música.
“A gente tem que fazer os preceitos, mas isso fica na responsabilidade de alguns. Tem outros que fazem”, defendeu Brown. O discurso dele acontece em meio ao debate sobre a omissão de termos de religiões de matrizes africanas por cantores que professam credos neopentecostais. “A gente precisa vencer o preconceito. E é necessário educação. Porque educação é conhecimento. Vamos conhecer uns sobre os outros, em vez de ficar discutindo essas questões”, completou — sem citar nenhum episódio recente.
“O aprendizado dos orixás precisa ser exercitado todos os dias. Compreender que a raça é humana. Não existe uma raça superior. Precisamos vencer o preconceito étnico em relação ao outro”, indicou Brown.
O cantor ainda exaltou a herança africana e a forma como o povo que forma a cultura baiana incorporou elementos de diversas culturas para formar o caldo que chamamos Bahia. “Nós trouxemos essa cultura. No lombo, no lombo dos jegues. Nos navios. E o hoje a nossa sociedade reina em miscigenação”, sugeriu Brown, para completar: “A força da Bahia é sua baianidade.”