Revelação da direita nas eleições de 2022 se filia ao Podemos de olho na disputa ao Senado
Por Edu Mota, de Brasília
A presidente nacional do Podemos, deputada Fernanda Abreu (SP), anunciou nesta quarta-feira (12), na Câmara, a filiação na sigla da jornalista e ex-candidata a prefeita de Curitiba, Cristina Graeml. O anúncio aconteceu no Salão Verde da Câmara, com a presença de parlamentares e prefeitos do partido.
Após assinar a ficha de filiação, a deputada Renata Abreu anunciou que a jornalista entra no Podemos já com status de pré-candidata a senadora em 2026, pelo Estado do Paraná.
Cristina Graeml foi uma das principais revelações da direita nas eleições municipais de 2022. A jornalista, que nunca exerceu cargo eletivo, disputou a prefeitura de Curitiba, capital do Paraná, e terminou o pleito em segundo lugar, após crescimento vertiginoso na reta final da campanha no primeiro turno.
Na disputa contra Eduardo Pimentel, candidato do governador paranaense Ratinho Jr., Cristina Graeml obteve cerca de 390 mil votos, se tornando a mulher mais votada na história de Curitiba. A candidatura de Cristina Graeml dividiu a direita no Paraná e nacionalmente. Na reta final do primeiro turno, a candidata do PMB (Partido da Mulher Brasileira) recebeu o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, que já havia se comprometido com Ratinho Jr.
Essa postura de Jair Bolsonaro de apoiar Cristina Graeml foi duramente criticada por um dos principais aliados do ex-presidente, o pastor Silas Malafaia. Em vídeo gravado após o segundo turno, Malafaia disse que Bolsonaro foi "covarde" e "omisso" em apoiar Cristina contra Eduardo Pimentel.
Durante o ato de filiação da futura candidata ao Senado, considerada um nome forte da direita no Paraná por sua atuação na imprensa e nas redes sociais, a presidente do Podemos destacou que a articulação que resultou na filiação teve a participação do ex-governador e ex-senador Alvaro Dias. O senador, que foi derrotado por Sérgio Moro (União) nas eleições de 2022, pode também sair candidato pelo partido tanto ao governo do Paraná como para o próprio Senado, que terá renovação de dois terços em 2026.