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UFBA mantém vagas em Medicina para alunos de BIs após intensa disputa

Por Hugo Leite / Ronne Oliveira

UFBA mantém vagas em Medicina para alunos de BIs após intensa disputa
Foto: Reprodução / Universidade Federal da Bahia

Uma reviravolta importante aconteceu, na tarde desta quarta-feira (6), envolvendo a suspensão do programa de transferência do Bacharelado Interdisciplinar de Saúde (BIS), do curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA), durante os próximos três anos.

 

O Conselho Acadêmico de Ensino (CAE) da UFBA, formado por representantes de diversos cursos da instituição, rejeitou, em votação realizada nesta quarta-feira (6), a proposta que impediria os estudantes de ingressarem no curso de Medicina por meio do BI's.  A proposta gerou embate e manifestação na Universidade desde outubro.

 

Foram 33 votos pela não suspensão das vagas destinadas aos alunos egressos do BIS, a partir do primeiro semestre de 2025, contra apenas quatro favoráveis ao bloqueio do deslocamento interno e sete abstenções, conforme informações emitidas pelo Instituto de Humanidades, Artes e Ciências (IHAC) da UFBA.

 

Com a proposta de impedimento, o único meio de estudar as ciências médicas seria mediante aprovação no Sistema de Seleção Unificada (SISU). Vale lembrar que a Faculdade de Medicina da Universidade estuda uma proposta de redução das vagas a fim de garantir o equilíbrio no número de estudantes ingressos. 

 

A disputa envolvia dois principais departamentos e institutos da universidade, o IHAC (responsável pelos cursos de BIs nas áreas de Humanidades, Saúde, Ciência e Tecnologia e Artes) e a Faculdade de Medicina da Bahia (FMB), a mais antigas do país. Ambas com representantes eleitos no Conselho.

 

O sucesso na votação foi considerado um momento emblemático pelo IHAC. “Consideramos esta vitória um momento histórico na consolidação do projeto pedagógico dos Bacharelados Interdisciplinares na UFBA e das conquistas importantes no campo das políticas afirmativas e da inclusão social na Universidade”, comemorou o Instituto.

 

Momento da reunião do Conselho com o diretor do Ihac com a fala | Foto: Reprodução / IHAC-UFBA

 

O Coordenador-Geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFBA, Osny Guimarães, declarou em suas redes socias sobre o que o resultado significa. “É um dia que entra para a história e um passo muito importante na luta pela defesa do projeto do Reuni (Recepção Unificada Interdisciplinar dos Bacharelados Interdisciplinares)”.

 

O embate entre o IHAC e a FMB era travado desde outubro, após o diretor da Faculdade de Medicina declarar à imprensa que a faculdade enfrentava uma superlotação, com estudantes utilizando medidas judiciais para ingressar no curso. O Bahia Notícias ouviu diversos alunos da instituição, que alegaram ser um reflexo de elitismo

 

"Um grande problema que as vagas para o curso de Medicina via BI têm gerado é a quantidade crescente de medidas judiciais. Deste modo, a UFBA foi obrigada a acolher um número excedente de estudantes no curso de Medicina nos últimos quatro anos, sob pena de multa diária", destaca o diretor da FMB.

 

Com a decisão, estudantes do Diretório Central declararam que buscarão a Pró-Reitoria da universidade para garantir que o processo de ações afirmativas seja garantido ante possíveis judicializações. O Instituto Milton Santos soltou uma nota sobre a decisão e declarou o empenho coletivo na resolução da questão.

 

"O IHAC reitera seu empenho em encontrar soluções para os desafios de atualizar e unificar as normas que regem os Bacharelados Interdisciplinares e seus processos seletivos e conclama mais uma vez o apoio de toda a universidade, de representantes do campo jurídico e dos movimentos sociais, em defesa das cotas e da universidade pública. Não é momento de divisões internas. Esta é uma luta coletiva", declara o departamento dos Bacharelados Interdisciplinares. 

 

A equipe de reportagem do Bahia Notícias solicitou uma entrevista à direção da Faculdade de Medicina da Bahia para comentar a decisão, entretanto, o diretor preferiu não falar sobre a questão.