Brasil deve enviar autoridades para receber informações acerca de líder do tráfico envolvido com o PCC e o CV
Por Redação
O secretário Nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, informou à TV Globo que autoridades brasileiras planejam ir à Itália para receber informações acerca da delação do traficante Vincenzo Pasquino, que viveu no Brasil por vários anos.
Pasquino foi preso e extraditado para Itália, onde contou detalhes da relação da máfia da Calábria com facções brasileiras, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). Em julho de 2024, autoridades italianas convidaram procuradores brasileiros a participar das investigações sobre o tráfico internacional do PCC.
QUEM É VINCENZO PASQUINO
O traficante italiano tinha uma posição de liderança na máfia da Calábria, a ‘Ndrangheta, considerada a mais poderosa da Itália. Nos meios policial e judiciário, é considerado raro um líder da máfia calabresa delatar.
Vincenzo chegou ao Brasil para morar no Paraná, importante ponto de entrada para as drogas no Brasil, pelas suas fronteiras com diversos países. Depois, Pasquino passou a morar em São Paulo, principal ponto de saída de drogas para a Europa.
Vincenzo teria, ao menos, quatro apartamentos na cidade e no interior de São Paulo. Esses locais, segundo o Delegado do Departamento de Investigações sobre Narcóticos, Fernando Santiago, “eram bases que eram utilizadas para encontros com outros narcotraficantes, dentre eles traficantes italianos e até mesmo albaneses”.
Ele é considerado o maior intermediário do tráfico de cocaína da América do Sul para os clãs mafiosos da ‘Ndrangheta. Nessa atuação, além do PCC, ele teria contato também com a facção Comando Vermelho.
Em maio de 2021, uma operação conjunta entre a PF, a Interpol e a polícia italiana prendeu, em um flat de João Pessoa, Vincenzo e Rocco Morabito, um dos traficantes italianos mais procurados na época.