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RS enfrenta pior tragédia climática do estado, e chuvas devem piorar até o fim de semana; entenda causas

Por Redação

Imagens aéreas das cheias e fortes chuvas que têm atingido o Rio Grande do Sul na última semana.
Foto: Reprodução/Força Aérea Brasileira

As chuvas da última semana causaram inúmeros prejuízos de infraestrutura, além de 24 mortes no Rio Grande do Sul. Especialistas afirmaram que existem três causas principais para o fenômeno, que causou a maior tragédia climática da história do estado.

 

De acordo com o G1, desde a última sexta-feira (26), quando o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de tempestades para o estado do Rio Grande do Sul, a situação climática da região só tem se agravado. De acordo com a Defesa Civil do estado, mais de 14.000 pessoas se encontram fora de suas casas devido ao temporal. Além disso, os óbitos confirmados chegaram a 24, enquanto o número de pessoas desaparecidas é de 21.

 

E, segundo especialistas, a tendência é de que o quadro piore. Eles explicam que a catástrofe é resultado da atuação de, ao menos, três fenômenos na região. O primeiro deles é o Cavado, uma corrente de vento intensa agindo sobre a região, resultando em um tempo instável.

 

O segundo fenômeno é um corredor de umidade vindo da Amazônia, que resulta em um aumento da força de chuva. E, por último, o terceiro fator é um bloqueio atmosférico, reflexo da onda de calor que trouxe climas secos e quentes à região central do país, enquanto a chuva acabou se concentrando nos extremos do Brasil.

 

“O cenário era instável na região há alguns dias, mas a soma desses fatores fez intensificar a chuva. O que acontece é que tivemos várias frentes frias que não conseguiram se dissipar para outras regiões, por causa do bloqueio atmosférico, e com isso, elas passaram a agir sobre todo o Rio Grande do Sul”, conta Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo.

 

Fábio ainda explica que a região Sul do país tem condições que favorecem tempestades nesta época do ano, mas o que seria um evento isolado acabou se tornando uma catástrofe.

 

“O oceano mais quente, como estamos vendo agora, faz com que seja gerada mais energia para a formação de chuvas. Com isso, elas chegam nesses níveis, que nunca vimos antes. A mudança no padrão do clima interfere na atmosfera e muda o ciclo dos fenômenos que aconteciam, deixando-os mais intensos”, afirmou o meteorologista.

 

O coordenador da equipe de monitoramento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemanden), Marcelo Seluchi explica que a soma dessas condições criou o cenário ideal para o que os especialistas projetam ser o maior volume de chuva já registrado na história do estado.

 

“Nós estamos vendo um acumulado já enorme que vai se somar porque a chuva não vai parar até o fim de semana. É o maior acumulado com essa dimensão, que cobre um estado inteiro. Os impactos são grandes e a tendência é de piorar”, afirmou Seluchi.

 

O Cemaden é um órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia e é o responsável pela previsão de desastres e atua fornecendo informações à Defesa Civil e ao governo, para que possam adotar medidas que ajudem a minimizar os impactos causados pelas chuvas.

 

Segundo o órgão, o alerta agora segue sendo acerca do volume de chuvas, mas também abordando o risco de deslizamentos. A previsão é de que a condição se mantenha até sábado (4), com acumulados que podem chegar a até 400 milímetros, que devem se somar aos mais de 300 milímetros de chuva já registrados nos últimos quatro dias.