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Valdemar Costa Neto lamentou que Roberto Jefferson não tivesse levado um tiro no confronto com a Polícia Federal

Por Edu Mota, de Brasília

Valdemar Costa Neto em entrevista
Foto: Reprodução redes sociais

Criticado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores por fazer elogios ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, na mesma entrevista em que destacou o “prestígio” de Lula, deu diversas outras declarações polêmicas. Em um recorte da entrevista ao podcast do Diário de Mogi das Cruzes, Valdemar lamenta que Roberto Jefferson não tenha levado um tiro da Polícia Federal na ocasião em que recebeu a bala os agentes que foram à sua casa, no interior do Rio de Janeiro, cumprir mandado de prisão.

 

“Ele deu 60 tiros agora na Polícia Federal e a Polícia Federal não deu um tiro nele. Vê que infelicidade pra nós. Tá lá um camarada desses, já devia ter sumido há muito tempo”, afirma o presidente do PL. 

 

A inimizade entre Valdemar Costa Neto e Roberto Jefferson remonta aos tempos do escândalo do mensalão. Em 2005, Jefferson denunciou um esquema de compra de parlamentares em troca de apoio ao governo Lula, e Valdemar, segundo a denúncia, seria um dos operadores do chamado mensalão. 

 

Para não ser cassado, Valdemar renunciou ao seu mandato de deputado federal, no começo de agosto de 2005. Na entrevista ao Diário de Mogi das Cruzes, o presidente do PL voltou a negar que tivesse participado de um esquema de compra de votos, e afirmou que o mensalão foi uma invenção de Roberto Jefferson. 

 

“Nunca um deputado foi preso por receber mesada. Nunca ficou provado isso. Isso era mentira. Por que? Eu tinha dois ministérios. Eu atendia o cara em todo o Brasil. Todo mundo tinha, a diretoria do DNIT, tinha, diretoria dos portos, presidência dos portos em todo o Brasil. Eu vou dar dinheiro ainda pro camarada? O Roberto Jefferson criou essa história porque não pagaram ele”, disse Valdemar.

 

Apesar de ter dito que nenhum deputado foi preso por receber mesada, ele mesmo foi condenado, no final de 2013, pelo STF, à pena de 7 anos e 10 meses de reclusão, no regime inicial semiaberto, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Em novembro de 2014, Valdemar Costa Neto recebeu o benefício da progressão de regime, passando para a prisão domiciliar (também teve de pagar multa no valor de R$ 2 milhões). 

 

Valdemar Costa Neto só se livrou da prisão após indulto concedido pela então presidente Dilma Rousseff (PT), n Natal de 2015. O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, concluiu que o ex-deputado preenchia os requisitos do decreto presidencial de indulto, e extinguiu a sua pena. O mesmo indulto favoreceu o ex-deputado Roberto Jefferson, que na época também cumpria prisão domiciliar.

 

Na entrevista ao Diário, o presidente nacional do PL também fez duras críticas ao ex-ministro Joaquim Barbosa, que foi o relator, no STF, da Ação Penal 470, sobre o processo do mensalão. Valdemar classificou Joaquim Barbosa como “um complexado”, e o acusou de ter “segurado” o processo do mensalão até chegar à presidência do Supremo Tribunal Federal.