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Importação dá um salto em 2023 e carros chineses já dominam 35% do mercado brasileiro de elétricos

Por Edu Mota, de Brasília

Carro da BYD
Foto: Divulgação

Os carros elétricos importados da China deram um salto no ano de 2023, já representam 35% do total do mercado brasileiro e devem aumentar sua participação ainda mais em 2024. É o que afirma reportagem do jornal O Globo publicada nesta quarta-feira (27). 

 

Segundo gráfico elaborado pela consultoria Bright Consulting, e divulgado pelo jornal, as marcas chinesas representavam apenas 0,4% dos carros elétricos importados pelo Brasil em 2021. Houve um salto para 8% nas importações ao final de 2022, e agora que se encerra o ano de 2023, o crescimento foi ainda maior, chegando a 35% de veículos elétricos chineses do total de importados no País. 

 

Apesar do crescimento, segundo a consultoria, o Brasil ainda tem baixo número de estações públicas para carregamento dos veículos elétricos. No total, são três mil as estações de carregamento no Brasil, contra 1,8 milhão na China, 128 mil nos Estados Unidos e 29 mil no Japão. 

 

De acordo com O Globo, no próximo ano, duas novas marcas chinesas de carros elétricos – Omoda e Jaecoo, que pertencem ao grupo Chery International - desembarcarão no Brasil em operação conjunta. Elas vão lançar três modelos. Embora ainda não se saiba o preço, a expectativa é que sejam competitivos. 

 

Já em 2024 e no início de 2025, devem começar a funcionar as fábricas da GWM, em Iracemópolis, interior de São Paulo, e da BYD, em Camaçari, na Bahia, que começarão a produzir os seus primeiros veículos eletrificados no país. 

 

“Este ano, o percentual de importados da China deve chegar a 35%, o que significa que um terço dos carros eletrificados do país é comprado dos chineses. Com o início da produção nacional da BYD e da GWM, o impacto será ainda maior”, disse ao Globo o sócio da consultoria Bright Consulting, especializada no setor automotivo, confirmando que as marcas chinesas já dominam o mercado.

 

Projeção feita pela Bright Consulting mostra que até 2030, os veículos eletrificados (híbridos eplug in) representarão 10% da frota brasileira, mesmo com a volta do Imposto de Importação sobre elétricos (que subirá gradativamente a partir de janeiro, quando começa em 12%, chegando a 35% em julho de 2026). Atualmente, esses veículos representam cerca de 0,5% da frota nacional. E os chineses terão impacto grande neste salto.

 

Briganti, da Bright Consulting, disse à reportagem que a BYD começou a conquistar o mercado de elétricos no Brasil quando passou a importar o Dolphin, com preço a partir de R$ 150 mil e autonomia anunciada de 291km. A bateria pode ser recarregada com um adaptador em uma tomada comum de 127V ou 220V. 

 

O veículo da BYD possui tecnologias como tela de 12,8 polegadas, com rotação elétrica para posição vertical e horizontal, e até karaokê. É possível usar o comando de voz para que o veículo ligue o Spotify, por exemplo.

 

“A chegada do Dolphin foi disruptiva. Com preço mais acessível, oferta do carregador e garantia de 5 anos, o mercado chacoalhou”, disse ao jornal O Globo o presidente do Conselho de Administração da BYD no Brasil, Alexandre Baldy, ex-ministro das Cidades do governo de Michel Temer. Baldy confirma investimentos de R$ 3 bilhões na unidade que será construída na Bahia.

 

Baldy avalia que a cultura do brasileiro em relação ao carro elétrico começou a mudar. A BYD trará ao Brasil o Dolphin Mini, no primeiro trimestre, com preço próximo de R$ 100 mil, reduzindo a barreira dos preços. Na China, o carro é chamado de Seagull, mas a mudança de nome aqui vai aproximá-lo do Dolphin.

 

As obras da fábrica da BYD (do inglês Build Your Dreams, Construa Seus Sonhos) começam em fevereiro, e ela será um espelho da unidade de Changzhou, no distrito chinês de Alta Tecnologia, onde um carro leva em média quatro horas para ser montado. Na prática, serão três unidades na Bahia: uma de carros elétricos, uma de chassis de ônibus e a terceira de beneficiamento de lítio para fabricação de baterias. 

 

De acordo com O Globo, a expectativa da empresa chinesa é que a produção em Camaçari comece com dois modelos, o Dolphin e o SUV híbrido Song, chegando a 150 mil unidades por ano. Quando as exportações para países vizinhos engrenarem, a fabricação pode chegar a300 mil unidades.