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Perícia aponta que granadas usadas por Roberto Jefferson foram reforçadas com pregos

Por Redação

Perícia aponta que granadas usadas por Roberto Jefferson foram reforçadas com pregos
Foto: Reprodução reportagem / Fantástico

Granadas reforçadas com pregos. Fuzis potentes, que causaram 42 perfurações num carro da Polícia Federal. Estes são apenas alguns resultados do trabalho da perícia que reconstituiu o ataque do ex-deputado Roberto Jefferson a uma equipe da PF que foi até a casa dele para prendê-lo, em outubro do ano passado. 

 

O Fantástico, da Rede Globo, mostrou neste domingo (17), com exclusividade, os laudos que revelam a brutalidade da ação, que deixou uma agente federal ferida. Ela contou que só escapou da morte porque foi salva pelo cano da própria arma. 

 

O perito Bruno Costa Pitanga Maia mostrou o local exato da ação usando tecnologia 3D. Ele contou o que aconteceu depois que Roberto Jefferson ouviu a ordem de prisão.

 

“O Roberto Jefferson apareceu com uma granada na mão e ameaçou jogar nos policiais. Os policiais tentaram argumentar. Alguns segundos depois, ele puxou o pino e já jogou nos policiais. Ele puxou um fuzil. Começou a disparar tiros de fuzil contra os policiais, contra a viatura, principalmente. Ele deu mais de 50 tiros de disparo de fuzil", relatou.

 

Os peritos encontraram 42 perfurações de bala só na viatura. Muitos tiros atingiram o banco do carona, até o encosto de cabeça. “Você percebe aqui, ó, muito disparo aqui no teto e o banco, ele está todo furado com disparo. Se tivesse um policial aqui dentro, teria sido atingido com certeza, até porque essa viatura aqui não era blindada no teto”, completou o perito.

 

A alegação de Roberto Jefferson de que, no primeiro momento, atirou para não pegar também foi contestada. “Isso não é verdade. Primeiro que ele deu muito tiro num veículo que tinha um policial atrás, abrigado, e segundo que dois policiais foram atingidos por tiro, por disparo. Na imagem de depois do tiroteio, você vê um córrego de sangue saindo embaixo do carro. Esse sangue veio do policial que estava aqui, que ele sangrou muito”, afirmou o perito Bruno Costa Pitanga. 

 

A perícia também analisou os estilhaços das granadas usadas no crime. Elas eram de luz e som, e em tese teriam apenas efeito moral. Mas a perícia descobriu que as três granadas foram modificadas. Pedaços de pregos cortados foram colados nos explosivos com uma fita adesiva.

 

Para verificar o estrago que as granadas modificadas poderiam fazer, os peritos reconstituíram o que aconteceu. Pegaram uma granada idêntica, colaram pregos do mesmo modelo encontrado na cena do crime com uma fita adesiva semelhante. Depois filmaram a granada sendo detonada com uma câmera que grava imagens em alta velocidade.

 

Segundo os peritos, com a explosão, o fragmento de um dos pregos atingiu a velocidade de mais de 280 quilômetros por hora. 

 

“A gente calculou qual seria a energia cinética associada a essa velocidade, e se essa energia cinética ela teria condições de causar desde lesões graves até a morte. E comparando com dados que a gente encontra na literatura, sim, lançar um prego nessa velocidade, dependendo da área do corpo que ele atingir, pode causar até a morte”, destacou Michele Avila dos Santos, perita criminal federal. 

 

A perícia também descobriu que duas das três granadas arremessadas pelo ex-deputado tinham sido compradas pela PM do Rio de Janeiro.