Modo debug ativado. Para desativar, remova o parâmetro nvgoDebug da URL.

Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias
Você está em:
/
Notícia
/
Política

Notícia

Jerônimo e deputados falam sobre a importância da indicação do baiano Ailton Aquino para o BC

Por Edu Mota, de Brasília

Ailton Aquino na sabatina
Foto Lula Marques/ Agência Brasil

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, comemorou a aprovação pelo Senado, por 42 votos favoráveis e apenas 10 contrários, do nome do baiano Ailton Aquino dos Santos para a diretoria de Fiscalização do Banco Central. Aquino, indicado para o cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi sabatinado nesta terça-feira (4), e após ser aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos, teve seu nome ratificado no Plenário pelos senadores. Ao Bahia Notícias, o governador disse que Aquino poderá ajudar a influenciar o Banco Central a se reestruturar, e ainda defendeu que a instituição possa contribuir para estimular o desenvolvimento do país. 

 

“Celebramos muito a indicação dele, primeiro por ter sido a indicação do nosso grupo político que governa o Brasil, ter uma pessoa com sensibilidade e a gente naturalmente ter um baiano, um conterrâneo no meio de Jequié. Isso não quer dizer que a gente vai padronizar como sendo defensor, não é isso. É a reestruturação do Banco Central, simbolizado na política nacional que a gente está na expectativa. Quando a gente vai negociar com as empresas para ver, eles perguntam como é que estão as taxas de juros. Nós temos, por exemplo, a ponte Salvador Itaparica, que nós estamos negociando, renegociando por conta das taxas de juros. Então nós queremos um Banco Central autônomo, mas que tenha de fato pessoas com a consciência de que é preciso um Banco Central que estimule o desenvolvimento nacional”.

 

Nascido em Jequié, no sudoeste baiano, Ailton Aquino, de 48 anos, é advogado, atua no Banco Central desde 1998 e é formado em Ciências Contábeis, pela Universidade do Estado da Bahia, e também em Direito, pela UDF Centro Universitário. Aquino possui ainda especializações em contabilidade internacional, engenharia econômica de negócios e direito público. O novo diretor do Banco Central passou por diversos cargos na instituição, o último deles foi como Auditor-Chefe.

 

Com a aprovação de seu nome, Aquino se tornou o primeiro homem negro a ocupar uma diretoria no Banco Central. O novo diretor do BC, durante a sabatina na CAE, lembrou dos obstáculos que as pessoas negras enfrentam no Brasil para atingir postos de destaques, tanto no setor público como no privado. “Emociono-me especialmente por lembrar que para chegar a condição de indicado a um cargo tão relevante foram muitos obstáculos e desafios que um garoto negro de família pobre do interior da Bahia teve que superar”, disse Ailton Aquino.

 

Ao Bahia Notícias, a deputada Alice Portugal (PCdB-BA) se disse emocionada com a indicação de Ailton Aquino para o BC, e disse esperar que ele possa ajudar a instituição a rebaixar a taxa básica de juros da economia. “Sem dúvida, é a Bahia rompendo mitos, rasgando véus e eu quero saudar o nosso baiano de Jequié por esse feito, e dizer que as expectativas são grandes, porque alguém oriundo do interior, das classes populares, vem nos ajudar neste processo de rebaixar os juros do Brasil. Só assim poderemos ressignificar a economia nacional. Estamos muito emocionados e satisfeitos com a escolha, e isso vai constituindo a natureza plural da nossa gente chegando aos espaços de poder”, afirmou.

 

Na mesma linha, a deputada Lídice da Mata (PSB-BA) celebrou a aprovação do nome de Ailton Aquino pelo Senado, e destacou que a chegada de uma pessoa negra a tão relevante posto representa o retrato de um novo Brasil que, segundo ela, se consolida desde o começo do governo Lula. 

 

“Ailton é a primeira pessoa negra a ter esse papel no Banco Central, extremamente importante para o Brasil, para o mundo, para a Bahia e para todos os brasileiros que possam se ver reconhecidos como pessoas negras. Esse é o Brasil novo, Brasil que nós estamos reconstruindo. Não seria possível no governo anterior, mas é possível neste governo a gente ver o legado do 2 de julho pela luta da independência, da liberdade. Nós estamos buscando políticas afirmativas para pagar a dívida que temos com a população negra, e a presença de Ailton lá no Banco Central é motivo de orgulho pela sua superação, e pela expressão da superação de todos os meninos e meninas negros e negras desse país”, disse a deputada.

 

O deputado Márcio Marinho (Republicanos-BA) também falou ao Bahia Noticias sobre sua alegria por ver um homem negro, do interior da Bahia, chegar a um posto tão expressivo na autoridade monetária brasileira. O deputado disse ter esperança de que o BC vai começar a reduzir em breve a taxa básica de juros, o que, segundo ele, beneficia principalmente as classes menos favorecidas.

 

“A sabatina que o Senado fez referendou a indicação do Ailton para uma das diretorias do Banco Central, um homem negro, baiano, e a gente sabe que a origem dele é a origem de praticamente 100 % dos negros, de uma família humilde, que com muita dificuldade lutou e galgou espaço através dos estudos. Eu tenho certeza que ele estará nos representando naquela diretoria, principalmente no momento agora de transformação, de transição, onde nós estamos lutando para ver os juros descerem, porque isso acontecendo, favorece principalmente a classe mais humilde, a classe mais pobre, na qual, de um certo modo, os negros, na sua grande maioria, estão inseridos. Peço a Deus que ilumine ele, que dê direção a ele e desejo a ele todo sucesso, porque ele também me representa”, afirmou Marinho.

 

Como diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton Aquino dos Santos terá, entre suas atribuições, representar a instituição no Comitê de Supervisão Bancária da Basileia em assuntos relacionados à área de Fiscalização, assim como submeter à Diretoria Colegiada do BC propostas de decretação de regime de resolução. Aquino também irá coordenar a elaboração do Relatório de Estabilidade Financeira (REF), e será responsável pelo monitoramento da estabilidade, eficiência, liquidez e solvência do Sistema Financeiro Nacional e das entidades supervisionadas pelo Banco Central. 

 

Ailton Aquino, como diretor de Fiscalização, também tem assento garantido nas reuniões do Comitê de Política Monetária do BC, que decide a taxa básica de juros, a Selic. O novo diretor já deve participar da próxima reunião do colegiado, em 2 de agosto, quando provavelmente será decidido um corte na taxa de juros, que desde o dia 3 de agosto do ano passado, vem sendo mantida no patamar de 13,75%.