Inquérito para investigar vazamento em Angra 1 que foi omitido das autoridades é aberto pela Polícia Federal
Por Redação
Possíveis crimes relacionados ao vazamento de água contaminada da usina Angra 1, ocorrido em setembro de 2022, serão investigados pela Polícia Federal em Angra dos Reis, que abriu um inquérito. A principal suspeita dos investigadores é que os responsáveis pela usina tenham tentado omitir o episódio das autoridades competentes.
De acordo com O Globo, a apuração vai tramitar em paralelo a uma ação civil pública já ajuizada pelo Ministério Público Federal em Angra.
Por meio de nota, a Eletronuclear, que é responsável por Angra 1, disse que um “pequeno volume” do material lesivo foi “lançado de forma involuntária no sistema de águas pluviais” e que se tratou de um “incidente operacional”, sem a necessidade de cumprir o “rito de notificações que seriam obrigatórias em caso de acidente”. Ainda segundo a empresa, foram feitas análises no local que não encontraram “nenhum resultado significativo”.
Em seguida, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que deveria ter sido informada sobre o episódio, afirmou também em nota que, apesar de ter faltado a comunicação, a água com elementos radioativos lançada na Baía de Itaorna não expôs a população do entorno e o meio ambiente a riscos. Somente no dia 11 de outubro, três semanas após o evento, a CNEN foi notificada pela Eletronuclear.
Apesar de o vazamento ter ocorrido no dia 16 de setembro de 2022, os órgãos tomaram conhecimento dele por meio de uma denúncia anônima feita em 29 de setembro.
A Polícia Federal investiga possíveis crimes previstos na lei nº 6.453/1977, que estabelece as responsabilidades civil e criminal por danos e atos relacionados com atividades nucleares. A pena para esse crime é de 2 a 8 anos de prisão. Funcionários de Angra 1 deverão ser ouvidos.