Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias
Você está em:
/
Notícia
/
Política

Notícia

Freixo tergiversa sobre ligação de ministra do Turismo com milícia no RJ e critica PSB por recusar federação

Por Lula Bonfim

Freixo tergiversa sobre ligação de ministra do Turismo com milícia no RJ e critica PSB por recusar federação
Foto: Lula Bonfim / Bahia Notícias

Marcelo Freixo (PT) construiu sua carreira política baseada em um grande enfrentamento às milícias no estado do Rio de Janeiro. Sua história chegou a basear um dos personagens do filme “Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora é Outro”. Hoje, como presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), ele trabalha ao lado da ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União), que é acusada de manter conexões com um grupo de milicianos da Baixada Fluminense, no interior do RJ.

 

Questionado se haveria desconforto em trabalhar com um quadro político suspeito de ser próximo a milícias, o presidente da Embratur tergiversou e apostou em sua trajetória de combate ao crime organizado para se descolar da ministra. Freixo aproveitou para lembrar os assassinatos do seu irmão Renato Freixo, em 2006, e da ex-vereadora carioca Marielle Franco, em 2018. Ambos os crimes teriam o envolvimento de milicianos, de acordo com o petista.

 

“Eu tive um irmão assassinado, eu tive a Marielle assassinada e eu tenho uma filha que mora fora do Brasil por ameaça. Então ninguém passou o que eu passei na vida pública no enfrentamento ao crime. Eu disputei eleição, cumpri três mandatos de deputado estadual, um mandato de deputado federal com grande destaque, fui líder da oposição ao Bolsonaro, todo mundo me conhece”, despistou Freixo, em entrevista ao Bahia Notícias.

 

O presidente da Embratur afirmou que, apesar da proximidade de seu cargo com o ministério do Turismo, ele deve ter uma atuação “interministerial”, junto a todos os ministros escolhidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não necessariamente tendo um trabalho subordinado ao de Daniela Carneiro.

 

“O Turismo é interministerial, é transversal, a gente trabalha com todos os ministros e a ministra do Turismo, evidentemente, será uma parceira. Os ministros são escolhidos pelo Lula e a gente terá um grande prazer em trabalhar com todo mundo colocado pelo Lula, porque a minha tarefa junto ao presidente é recuperar uma política para o turismo que gere emprego e renda. Nenhum problema em trabalhar com todos os ministros”, afirmou o petista.

 

Freixo também justificou ao BN as suas trocas de legenda nos últimos anos. Ele começou sua sequência de sucessos eleitorais pelo PSOL, partido ao qual se filiou em 2005, saindo do PT. Entretanto, em junho de 2021, o então deputado federal deixou a sigla e mudou para o PSB, visando uma candidatura ao governo do Rio de Janeiro.

 

“Eu entrei no PSB para formar uma aliança para disputar uma eleição importantíssima no Rio de Janeiro, criar um palanque para que Lula pudesse ter um palanque no Rio, na eleição mais importante das nossas vidas. O Rio é um lugar - que a gente sabe - que vem de uma crise política muito profunda, que se desdobra em domínios territoriais, em relações criminosas com a política muito perigosas e a gente precisava ter uma candidatura de um campo progressista”, explicou Freixo.

 

“O PSB era o partido capaz de fazer uma grande aliança em torno dele, coisa que não poderia ser feita pelo PSOL nem pelo PT. Fizemos isso, trouxemos o César Maia como vice, tínhamos o PT, o PSOL, o Cidadania, fizemos uma ampla aliança. Não foi fácil, porque era uma eleição contra uma máquina”, continuou o presidente da Embratur, lembrando sua derrota para o governador reeleito Cláudio Castro (PL).

 

Em janeiro deste ano, porém, Freixo resolveu deixar o PSB e retornar ao seu partido de origem: o PT. De acordo com ele, o fato dos socialistas não terem se juntado a outras legendas de esquerda em uma federação foi decisivo para a decisão.

 

“A minha relação com o PT é muito antiga, uma relação de formação. Toda a minha juventude foi no PT e a possibilidade de eu ir para o PT era sempre muito grande. Eu fiquei na expectativa de saber qual era o projeto que o PSB iria apresentar. O PSB não aceitou entrar na federação, o que eu considerei um erro. Fui um voto vencido. Se entrasse na federação, acho que facilitaria muito, assim como PT, PCdoB e PV entraram. Mas foi uma opção que o PSB fez. Eu tenho lá grandes amigos e aliados, mas a minha construção será no PT”, concluiu Freixo.