Laudos apontam que emas da Presidência morreram com excesso de gordura causada por alimentação inadequada
Por Redação
Laudos preliminares do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e da Casa Civil apontam que a causa da morte de duas emas da Presidência da República foi excesso de gordura visceral, abdominal.
Após assumir os palácios presidenciais, o novo governo identificou que os animais foram alimentados com restos de comida humana durante a gestão Jair Bolsonaro (PL). O Uol teve acesso ao documentos e publicou o conteúdo na quarta-feira (8). Os laudos mostram que os animais estão sem acompanhamento veterinário e, em sua maioria, em instalações inadequadas.
As informações foram confirmadas ao Uol pelo governo federal, que aponta que a gestão Bolsonaro destinou apenas um terço do orçamento anual necessário para a manutenção dos animais. Enquanto o gasto estimado para manutenção de todos os animais instalados nos palácios presidenciais é para obter 20 mil grãos por ano, o destinado em 2022 foi de apenas 7 mil.
Nas últimas semanas, alguns deles foram encaminhados ao Zoológico de Brasília, sob acompanhamento do Ibama, para ficarem em ambientes adequados. O governo diz estar avaliando medidas para evitar novas mortes.
As duas emas mortas estavam na Granja do Torto, uma das residências oficiais da presidência, ocupada até o meio de dezembro pelo ex-ministro Paulo Guedes. Uma delas morreu na segunda semana de janeiro e outra, na última semana, de acordo com a planilha de contagem de animais feita pela presidência.
O laudo final sobre as mortes deve sair em duas ou três semanas, mas os técnicos comentaram nunca terem visto uma ave "com tanta gordura". Os animais estavam sendo alimentados com restos de comida humana misturada a rações, segundo os técnicos que fizeram o acompanhamento em janeiro. Atualmente, há 17 emas na Granja do Torto e 38 no Palácio da Alvorada.
A consultoria foi chamada por Janja. O texto destaca que as aves não foram vacinadas contra a doença de Newcastle, que já registrou surto em São Paulo, e que é preciso realizar uma "adequação nas instalações". Segundo técnicos que avaliaram os locais, os problemas das instalações inviabilizavam cuidados básicos dos bichos, como vacinação, e até na segurança para reprodução.
Muitos dos animais perderam seus filhotes por falta de ambiente adequado. Alguns animais foram transferidos para o Zoológico de Brasília por não estarem em instalações adequadas nos palácios. São eles: quatro papagaios; três ararascanindé; dois pavões; um periquito-de-encontro-amarelo e um pássaro-preto. O relatório diz que não.
O Uol não conseguiu contato com Bolsonaro, que está na Flórida desde o ano passado. Assessores do ex-presidente também são procurados para comentar a denúncia.