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A "conta-gotas", Bruno Reis deve iniciar ajustes no secretariado a partir da terça-feira

Por Gabriel Lopes

A "conta-gotas", Bruno Reis deve iniciar ajustes no secretariado a partir da terça-feira
Foto: Gabriel Lopes / Bahia Notícias

A reforma administrativa na estrutura do secretariado da prefeitura de Salvador deve começar já na próxima semana, a partir de terça-feira (10). Apesar de não aderir ao termo "reforma", o prefeito Bruno Reis (União) garante que mudanças serão feitas, ao que classifica como "ajustes naturais" enfrentados em qualquer governo, especialmente entrando na segunda metade do mandato.

 

A ideia é convocar coletiva em um evento de grande porte para anunciar as eventuais alterações. Apesar do indicativo da data, informada por interlocutores do Palácio Thomé de Souza, ainda não há martelo batido. Isso porque ao ser questionado pela imprensa reiteradas vezes sobre as especulações, Bruno prefere esconder o jogo e reforçar que não tem pressa para mexer as peças em seu tabuleiro. "Não tem prazo, dia ou hora marcada", repete o gestor sobre o assunto.

 

Nesta quinta-feira (5), durante uma entrega de geomanta no bairro de Castelo Branco, o prefeito resumiu que a reforma administrativa não pode ser noticiada enquanto está em curso, mas sim definida e então comunicada. "Por enquanto não dá para antecipar. Posso garantir que estou conversando com as pessoas, avaliando, fazendo sondagens, e a decisão está sendo tocada. Isso se faz e depois comunica, reforma administrativa não se faz noticiando. Se conversa, identifica os ajustes a serem feitos, toma as decisões e aí nós vamos convocar a imprensa para comunicar as decisões que vamos tomar", afirmou.

 

Ao longo da semana, fontes ligadas ao Bahia Notícias indicaram que a reforma pode começar pela pasta da educação, atualmente comandada por Marcelo Oliveira. Ex-prefeito de Mata de São João, ele é um nome diretamente ligado ao atual prefeito da cidade, João Gualberto, do PSDB.

 

Uma apuração do BN já havia mostrado que um dos fatores que poderia influenciar na saída de Marcelo é o desgaste na gestão da Smed junto a professores da rede municipal de ensino. Uma das possibilidade aventadas é manter o comando da secretaria com o PSDB. Para isso, o deputado estadual Tiago Correia poderia ser o novo chefe da Educação e a mudança beneficiaria o deputado Paulo Câmara, do mesmo partido. Câmara não conseguiu se reeleger para a Assembleia e a partir de fevereiro vai ocupar a primeira suplência.

 

Ainda nesta quinta-feira, após ser provocado pelo BN sobre o papel de partidos aliados nas mudanças, a exemplo do PP e do Republicanos, Bruno Reis admitiu que nomes do Progressistas foram consultados e as tratativas seguem um misto de avaliação de nomes técnicos e nomes partidários.

 

"Vocês sabem que o Republicanos tem uma excelente relação. Tivemos a honra de ter o PP ao nosso lado pela primeira vez na última eleição ao governo. Construímos uma excelente relação com todos os integrantes do PP, estamos conversando. O que posso adiantar é que estão tendo conversas, estou avaliando quais ajustes fazer, quais mudanças, e conversando com pessoas que tem capacidade e possam contribuir para gestão, e também avaliando possíveis quadros partidários", finalizou.

 

Nos bastidores, o nome do deputado federal Cacá Leão (PP) também circula e ele pode aceitar integrar a prefeitura como secretário de Governo (Segov), posto ocupado pela vice-prefeita Ana Paula Matos (PDT) antes da campanha eleitoral deste ano.

 

A partir do próximo mês, Cacá Leão fica sem mandato já que não venceu a disputa contra Otto Alencar, do PSD, pela vaga ao Senado. O atual senador, ligado ao grupo do governador Jerônimo Rodrigues (PT), ganhou com folga do deputado, que fez parte da chapa encabeçada por ACM Neto (União).

 

Filho do agora ex-vice-governador da Bahia, João Leão (PP), Cacá tem dedicado o final do seu mandato em Brasília para definir pautas no Congresso e ajudar seu pai, que volta ao Legislativo a partir de fevereiro como deputado federal. Essa seria uma das arestas a aparar.

 

Uma outra possibilidade para acomodar aliados gira em torno do Republicanos. Atualmente, a legenda conta com a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) municipal com Julio Santos - vereador de Salvador eleito pelo Republicanos em 2020. A pasta já foi ocupada por outro edil do partido: o vereador Luiz Carlos, que deixou o comando do órgão antes do período eleitoral. A ideia é que o partido ceda um dos deputados federais eleitos para a gestão de Bruno, abrindo espaço para Marcelo Nilo assumir o mandato na Câmara, já que a partir de fevereiro o deputado fica sem mandato.

 

Em 2022, Nilo deixou antigos aliados no grupo governista para trás e migrou para a base de Bruno Reis e ACM Neto no estado. Na tentativa de ocupar uma posição na chapa majoritária do ex-prefeito de Salvador, se filiou ao Republicanos e viu seu sonho de ser senador esfriar com a chegada de João e Cacá Leão, além de ter colocado seu nome à disposição para ser o vice de Neto e ter sido preterido com a escolha de Ana Coelho (Republicanos), CEO do Grupo Aratu. Nilo, então, juntou o que lhe restava de bases eleitorais e lançou sua candidatura à reeleição. O resultado não foi o esperado: com apenas 65 mil votos, o ex-presidente da AL-BA ficou na suplência do partido.

 

Com três federais eleitos pelo Republicanos na Bahia, as apostas para dar espaço a Nilo na Câmara com a licença do mandato ficam com Alex Santana e Rogéria Santos. Reeleito, Marcio Marinho aparece fora do radar por ter atuação consolidada em Brasília.