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Justiça libera 'guerra de espadas' em ruas de Senhor do Bonfim

Por Leonardo Costa

Justiça libera 'guerra de espadas' em ruas de Senhor do Bonfim
Foto: Reprodução

No Nordeste Brasileiro, a guerra de espadas é uma tradição e geralmente ocorre durante as festas juninas nas cidades do Recôncavo Baiano como Cruz das Almas, Muritiba e Governador Mangabeira. Nesta quinta-feira (23), adeptos do ritual junino poderão realizar a disputa em três ruas do município Senhor do Bonfim, localizado centro-norte da Bahia, após uma decisão do Tribunal de Justiça do Estado (TJ-BA).                                         

 

No texto apresentado nesta quarta-feira (22), o Juiz de Direito  1º substituto da Vara Criminal de Senhor do Bonfim, Tardelli Boaventura, ressaltou que "Ante o exposto, com fundamento no art. 649 do Código de Processo Penal, CONCEDO em parte a ordem requerida, para determinar que as autoridades policiais civis e militares se abstenham de prender em flagrante pessoas que estejam, no dia 23 de junho de 2022, portando ou empregando o uso do artefato conhecido como “espada” nas ruas que costumam ser palco do evento: ruas Costa Pinto, Júlio Silva e Barão de Cotegipe, na cidade de Senhor do Bonfim".

 

Para justificar a necessidade da liberação do evento tradicional, a advogada dos espadeiros, Camila Machado, levantou questionamentos, que serviram para enaltecer a importância histórica da "guerra de espadas" para os moradores locais. "Como explicar às dezenas, talvez até centenas, de pessoas idosas desta cidade que aquela festa tradicional que elas e os filhos delas sempre participaram agora é crime? Seria possível, a partir de uma nova interpretação das normas legais, feita por alguns agentes do Estado, enquadrar um evento histórico desse como uma ação criminosa?", perguntou Camila.

 

Mesmo sendo tradicional durante o mês de junho, a prática é proibida por lei na Bahia, por causa do risco à vida. Com a determinação, que também foi encaminhada para alguns órgãos da cidade, como: Prefeitura, Corpo de Bombeiros,  Conselho Tutelar,  Juizado da Infância e da Juventude e  gerência da Coelba, para conhecimento,  a tradição fica mantida na cidade, sem que os praticantes sejam presos durante a realização do ritual.