Movimento IPTU Justo Salvador faz carreata por alterações tributárias no município
por Lula Bonfim

O Movimento IPTU Justo Salvador realizou, na manhã deste domingo (5), uma carreata em protesto contra as regras de tributação em Salvador e, segundo os organizadores, visando chamar a atenção da população da cidade contra os problemas gerados por uma cobrança desproporcional do imposto.
Em entrevista ao Bahia Notícias, a coordenadora do Movimento IPTU Justo Salvador, a advogada Lineia Costa, justificou a mobilização neste final de semana.
“A mobilização em forma de carreata busca chamar a atenção da cidade para a forma como a prefeitura vem cobrando o IPTU em Salvador. O objetivo é a correção da planta genérica de valores, para que todos os imóveis de Salvador paguem o IPTU proporcionalmente ao seu valor, e não com base apenas no ano de construção”, explicou a advogada.
“Em Salvador, temos imóveis que valem R$ 7 milhões em bairro nobre pagando o mesmo IPTU que imóveis que valem R$ 500 mil, apenas em virtude dos mais baratos terem sido construídos depois de 2013”, exemplificou Lineia.
De acordo com a coordenadora do Movimento IPTU Justo Salvador, essa diferenciação para imóveis construídos antes de 2013 deve acabar em 2023, provocando um aumento de até 500% nos valores pagos do imposto pelos soteropolitanos.
Ainda segundo Lineia, várias reuniões já foram realizadas entre o grupo e a secretária municipal da Fazenda, Giovanna Victer, sem que resultassem em qualquer mudança na cobrança do IPTU em Salvador.
“São mais de 12 mil imóveis tributados em valores astronômicos e ela nada faz. O prefeito, desde o primeiro mandato, deveria ter encaminhado a revisão da planta genérica de valores para corrigir isso, mas não fez. Aí argumenta que aumentaria isso o IPTU de todo mundo. Isso é mentira! A grande maioria dos imóveis de Salvador estão com valor venal superior ao valor de mercado. Por isso, pagam valores de IPTU absurdos”, reclamou Lineia.
A coordenadora do grupo avalia ainda que há desorganização e falta de eficiência na gestão da Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz), que não teria o sistema ideal para calcular os valores.
“A Sefaz de Salvador não tem um sistema capaz de unificar as informações do cadastro e verificar se as informações ali contidas estão de acordo com a realidade do imóvel, não possui, por exemplo, um sistema de georreferenciamento para verificar se os dados lançados estão de acordo com o tamanho e localização dos imóveis”, concluiu.
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