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Mais de mil taxistas podem deixar de rodar em Salvador sem isenções da prefeitura

Por Vitor Castro

Mais de mil taxistas podem deixar de rodar em Salvador sem isenções da prefeitura
Foto: Reprodução / Semob

Em meio às constantes altas da gasolina e do etanol, umas das alternativas usadas pelos taxistas era o Gás Natural Veicular (GNV) para trabalhar. No entanto, o combustível sofreu mais um aumento há pouco mais de duas semanas (veja aqui). Agora, a categoria busca apoio da prefeitura de Salvador na suspensão de algumas exigências fiscais e legais para que os veículos possam continuar rodando. A estimativa da Associação Geral dos Taxistas (AGT) é de que, até 2023, dos 7.296 taxistas cadastrados, pelo menos mil profissionais deixem de trabalhar se alternativas não forem apresentadas. 

 

Presidente da AGT, Denis Paim contou ao Bahia Notícias os impasses que a categoria tem vivido em meio à alta dos preços dos combustíveis. Além disto, exigências na legislação estabelecem que carros com mais de oito anos deixem de rodar, o que a categoria tenta reverter. “Os carros estão dobrando de preço. O combustível está dobrando de preço, as peças estão ficando cada vez mais caras, ficou praticamente inviável. Muitos estão deixando a profissão por conta da dificuldade”, narrou. 

 

Paim explica que a categoria está sem reajuste tarifário há sete anos. Além disto, os motoristas pedem que alguns benefícios adotados durante a pandemia da Covid-19 permaneçam pelos próximos meses. “A prefeitura tem que dar o reajuste para o taxista  tentar sobreviver. A gente tem pedido uma taxa de isenção de vistorias que a gente gasta em media R$ 600. Também pedimos que os táxis possam circular independente de ter oito anos ou não, do contrário, mais de mil carros deixarão de circular na cidade até o ano que vem porque têm sua licença de 2014”, revelou. 

 

A categoria buscou a Câmara Municipal de Vereadores (CMS) para tentar viabilizar as negociações com a prefeitura. Atualmente, dois projetos de indicação, de autoria do vereador Maurício Trindade (PP), tramitam na Casa. 

 

O parlamentar informou ao BN que os textos já passaram pela Comissão de Justiça, passo importante para discussão e aprovação. Segundo Trindade, vereador da base do prefeito Bruno Reis, o diálogo com a gestão tem sido positivo.

 

“No pedido sobre a isenção da cobrança de taxa até o final do ano acredito que o prefeito deve efetivar. O segundo pedido é de que não se apreenda os carros acima de oito anos, que é o que determina a lei. Em meio à crise as pessoas não estão podendo trocar seus carros, com base na lei não poderiam rodar. Foram vários apreendidos que pedimos que soltassem para poder regularizar com a condição de que todos estivessem com a vistoria ok, para que, mesmo acima de oito anos, possam rodar”, disse. 

 

O vereador se diz confiante que,  após seguir os ritos dentro da CMS, os pedidos sejam aprovados pelo prefeito. “Acredito que a prefeitura vai ter mais condescendência para que a CMS se posicione. O prefeito não vai ser tão rígido em sua posição em virtude dessa questão social. Isso está mais ou menos negociado com a prefeitura”, declarou.  

 

Ao Bahia Notícias o secretário de mobilidade de Salvador, Fabrízzio Muller, esclareceu que durante a pandemia houve um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado entre a categoria, a prefeitura e o Ministério Público, onde a gestão possibilitou que os veículos, que teriam o alvará completando oito anos durante o período pandêmico, se vistoriados, poderiam continuar circulando. Do contrário, só se houver uma mudança na legislação. 

 

O secretário acredita que o número de carros que deve deixar de circular em 2023 é bem menor do que o projetado pela AGT. Cerca de 200 veículos. “Esses carros que não fizeram a vistoria perderam a possiblidade dessa flexibilização. Como é lei, não pode ser alterado a não ser que haja um novo projeto de lei.  Quando firmamos o TAC a única condicionante para que todos esses veículos que completaram oito anos permanecessem rodando por mais um ano foi a vistoria. Poucos não fizeram, cerca de 200. E  talvez não fizeram porque reconhecem que os veículos não têm, sequer,  condições de passar em uma vistoria”, apontou.