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Com federação de esquerda, Partido Verde se torna um dos possíveis destinos de Bacelar

Por Bruno Leite

Com federação de esquerda, Partido Verde se torna um dos possíveis destinos de Bacelar
Foto: Bahia Notícias

O deputado federal Bacelar (Podemos) aguarda a definição sobre a federação partidária do PT, PV, PSB e PCdoB para resolver sua situação política. Próximo ao governador Rui Costa (PT), o parlamentar enfrenta um contexto de incompatibilidade na atual legenda (saiba mais aqui) e poderá desembarcar em uma das siglas da aliança proposta nacionalmente, o Partido Verde. 

 

A informação foi confirmada ao Bahia Notícias por fontes ligadas aos partidos e dada como provável pelo próprio presidente do PV na Bahia, Ivanilson Gomes. 

 

De acordo com Ivanilson, o diálogo com o parlamentar é continuamente positivo, apesar de estarem atualmente em lados opostos da política, e Bacelar sempre teria demonstrado interesse em saber detalhes sobre a organização interna da agremiação.

 

"Ele sempre perguntava sobre o PV, como era e disse: 'olha, é um dos partidos que, se eu tiver que sair do Podemos, é um dos que eu gostaria de dialogar para ver a possibilidade de ingresso'. Mas, claro, ainda não tem nada definido, porque Bacelar, assim como tantos outros parlamentares, depende muito dessa questão da federação", argumentou.

 

Ivanilson disse que encara o processo de migração como natural dentro do meio: "sempre que se abre uma janela partidária os parlamentares que buscam reeleição e as lideranças que ainda não têm mandato, mas possuem condição de ter, procuram uma acomodação partidária que lhe dêm tranquilidade na sua eleição e tenham algum nível de identidade". 

 

Ainda segundo o presidente do PV, o perfil de Bacelar e a carreira que ele construiu encampa uma "agenda positiva" na área ambiental, de direitos humanos, de direitos coletivos. Essas características fariam com que ambos os lados tivessem uma aproximação.

 

Nomes ligados aos partidos envolvidos indicam que a conversa está sendo feita junto à direção do PV, na perspectiva da federação, e seria uma pressão a mais na aliança com as instituições de esquerda. 

 

LEGISLAÇÃO OBRIGARIA APOIO AO PT

A formalização da parceria PT-PV-PSB-PCdoB obrigaria, pela legislação, o apoio a uma chapa que tenha o Partido dos Trabalhadores ou qualquer outro nome dos partidos que compõem a federação e seja candidato na majoritária. 

 

Conforme disse o presidente do PV Bahia, o debate tem avançado, há um desejo da executiva nacional de fechar a aliança o quanto antes, mas alguns "arranhões" do PSB em alguns diretórios estaduais estariam dificultando (confira aqui e aqui). Uma reunião está agendada para a próxima quarta-feira (9), em Brasília, para que ajustes sejam pautados a fim da concretização.

 

O movimento acontece no mesmo período em que se abre a janela partidária. "Alguns saem, outros entram, e esse é o processo que a federação vai oferecer a quem estiver federado. O prazo está muito curto, é preciso tomar logo essa decisão", adiantou Ivanilson.

 

Na Bahia, a executiva estadual do Partido Verde é fechada com o grupo de ACM Neto há pelo menos dez anos. O elo, nas palavras da direção estadual, é "mais consolidado". No entanto, a manutenção no mesmo lado que o União Brasil não dependeria da vontade dos verdes baianos. 

 

"Se fosse uma decisão do estado, como era no passado, tranquilo, a gente conseguiria fazer uma discussão melhor, mas, por força da mudança da legislção, essa decisão passou para a nacional. Então o que for decidido nacionalmente todos os estados terão que cumprir essa decisão, que é vertical. É uma situação que vamos ter que viver. Fizemos uma aliança para a eleição de Bruno [Reis] em 2020 e no nosso entendimento ela tem validade de quatro anos. Entendemos que a gente continuar ou sair não caber ao PV, caberá sempre ao prefeito, porque é ele que nomeia e exonera", disse Ivanilson, complementando que ACM Neto chegou a convidá-los para contribuir com o programa de governo no âmbito da sustentabilidade, inovação e meio ambiente.

 

FUTURO PRÓXIMO

Em conversa com a imprensa nesta segunda-feira (7), Bacelar admitiu sua saída do Podemos, partido do do qual é presidente estadual. Assegurando que a definição sobre sua futura casa será anunciada nos próximos 15 dias (reveja aqui), o deputado federal indicou que há uma gama de partidos da base de Rui no seu raio de desembarque.

 

A lista de destinos de Bacelar incluiria os aliados como PSD, PCdoB, PCdoB e PSB, além de outros que possam se aliar, como o PV. 

 

A despedida de Bacelar do Podemos já era considerada inevitável, uma vez que o pré-candidato à Presidência da República pelo partido é o ex-juiz Sérgio Moro (saiba mais aqui), adversário político do governador da Bahia.

 

Nos próximos dias o futuro do Podemos na Bahia deverá ser selado. Um encontro entre o presidente estadual da legenda e a responsável pela legenda no país, Renata Abreu, vai definir o movimento do partido nas eleições de 2022.

 

Bacelar já havia sinalizado de forma contrária a candidatura e que o Podemos “não tem estrutura para lançar candidato a presidente".

 

Uma possibilidade aventada anteriormente era de que o cenário de incertezas tivesse feito com que o ex-prefeito ACM Neto (UB) e Bacelar se reaproximassem.