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Convergência de interesses justifica chapa com Rui ao Senado e sem Wagner; entenda

Por Fernando Duarte

Convergência de interesses justifica chapa com Rui ao Senado e sem Wagner; entenda
Foto: Max Haack / Ag. Haack / Bahia Notícias

A operação que envolve a substituição de Jaques Wagner da cabeça de chapa na corrida pelo Palácio de Ondina em outubro (lembre aqui) passa pelo desejo do governador Rui Costa em ser candidato ao Senado, mas também pela vontade, até então reprimida, do ex-governador permanecer longe das urnas em 2022. As narrativas se completam e explicam a celeuma criada na base aliada, após a informação começar a circular, em meio a um encontro entre ambos e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

Em 2020, quando ainda era embrionária qualquer discussão sobre o próximo pleito estadual, ficou evidente a falta de capacidade das lideranças do governo em criar e projetar novos nomes. Um dos exemplos mais explícitos foi a chegada de Major Denice para a candidatura à prefeitura de Salvador, numa espécie de coelho da cartola de Rui. Sem tradição política, Denice foi alçada para disputar o Palácio Thomé de Souza sem ter, necessariamente, o apoio da militância petista - o que explica, em parte, a vitória expressiva de Bruno Reis na capital baiana.

 

Com a fratura exposta, Wagner passou a ser cobrado por uma virtual candidatura ao governo, numa tentativa de manter a base unida, ao tempo em que o ex-governador não mantinha a empolgação necessária para uma disputa que promete ser acirrada. Publicamente, nenhum dos envolvidos falava sobre essas posições e apenas manifestações isoladas da ex-primeira-dama, Fátima Mendonça, indicavam que a posição de Wagner em tentar voltar ao Palácio de Ondina não era definitiva. 

 

A guinada veio nos últimos dias, quando Rui conversou com seu círculo mais próximo para sinalizar o interesse na candidatura ao Senado. A inviabilidade de ambos na chapa majoritária era tratada abertamente e ressuscitou o desejo de Wagner não mais figurar nas urnas em outubro. A “imposição” de Rui foi então somada à vontade do senador e o resultado é o estágio atual da composição majoritária do governo: o impasse sobre a desistência de Wagner e a eventual substituição dele por Otto Alencar (PSD).

 

NOVAS APOSTAS

Enquanto não há uma solução definitiva para impasse, a militância petista segue no esforço para convencer Wagner a manter a candidatura. Em reunião nesta terça-feira (22), deputados federais e estaduais, associados à cúpula do PT na Bahia, reforçaram o apoio a ele e omitiram qualquer menção à candidatura de Rui ao Senado. A tentativa é simular que, sem um petista na cabeça de chapa, dificilmente haverá a mobilização do “chão de fábrica”. 

 

Nos bastidores, Rui tenta mitigar os impactos negativos de ter levado a pecha de colocar em risco o projeto político do grupo e compartilhar a responsabilidade com Wagner. Ambos estariam, inclusive, jogando combinado para evitar que haja uma ruptura do grupo político. Por essa razão, por enquanto, não deve haver manifestação pública de ambos - até que aconteça uma definição de todo o grupo político, envolvendo aí o próprio Otto, alçado então à condição de candidato ao governo.

 

Em outra frente, há ainda a narrativa de que poderia existir a reedição da chapa Wagner-Otto, de 2010. Esse grupo é significativo e envolve a militância mais “raiz” do PT. Todavia, consultadas pelo Bahia Notícias, lideranças do PSD descartam a hipótese de Otto encarar ser candidato a vice. Ainda que as mesmas lideranças coloquem como não confirmado o “aceite” do senador em desistir da reeleição para tentar voltar a ser governador.