Professores fazem protesto na Câmara e acusam policial de agredir manifestante
Por Bruno Leite / Mauricio Leiro
Os professores da rede municipal de ensino realizaram uma manifestação na Câmara Municipal de Vereadores, durante a sessão de reabertura das atividades. O ato desta quarta-feira (2), contou com a acusação de agressões de policiais contra professores e o pedido de diálogo com o secretário de educação de Salvador Marcelo Oliveira e o prefeito Bruno Reis (DEM).
Segundo denunciaram os professores, um dos prepostos que faziam a segurança da Câmara empurrou uma profissional que participava do ato. "Estávamos em um movimento pacífico, fazendo nossas reivindicações. O prefeito e o secretário tem que responder, o prefeito fugiu e nós estávamos apenas proferindo as palavras", alegou uma outra professora presente na manifestação, a diretora jurídica da APLB Marilene Bertoli.
"Fomos empurrados, nosso movimento é reivindicatório. Questionamos as atitudes do secretário Marcelo Oliveira, o prefeito tem que se manifestar, ele é responsável", disse a sindicalista.
PONTOS DA MANIFESTAÇÃO
Dentre os pontos cobrados pela categoria estão a substituição de professores licenciados em disciplinas de Artes, Educação Física e Línguas Estrangeiras em turmas dos anos iniciais do ensino fundamental, a manutenção de escolas que oferecem o Ensino de Jovens e Adultos (EJA) na rede municipal e reajuste salarial de 33,24% estabelecido pela Lei do Piso.
Ao Bahia Notícias, na manhã desta quarta-feira, a diretora da APLB de Salvador, Elza Melo, professores concursados ainda aguardam convocação, aposentadorias de diversos profissionais estão pendentes, a devolução dos valores do auxílio alimentação retirados durante a pandemia, transparência nos gastos dos recursos do FUNDEB, além da redefinição dos protocolos sanitários nas escolas.
Para a dirigente da entidade, o remanejamento dos licenciados, especificamente, não oportuniza às crianças matriculadas nas séries indicadas uma "educação de excelência".
"Por que as crianças das famílias abastadas que estudam em escolas privadas podem ter atividades extracurriculares, como dança, teatro, música, que proporcionam a construção de aprendizagens, fundamentais para o seu desenvolvimento e as crianças das escolas públicas não podem? Por que também não podem aprender língua estrangeira?", provocou a professora Elza.