Geraldo Jr. se revolta com recomendação do MP e suspende sessão: 'Em que país estamos?'
Por Bruno Leite
O presidente da Câmara de Salvador, Geraldo Jr. (MDB), se indignou ao comunicar, nesta terça-feira (23), o recebimento de um ofício do Ministério Público do Estado (MP-BA) contendo sete recomendações a serem observadas pela Casa na esfera das leis orçamentárias. Por conta da situação, a sessão marcada para hoje, em que seriam votados os planos de Cultura e de Infância e Juventude, foi adiada.
Segundo o vereador, na recomendação, o MP se debruça em um tema específico: o da criança e do adolescente. A medida foi vista por Geraldo como algo que infringe a liberdade de ação administrativa da Câmara de Salvador.
"No final deste documento, pasmem senhores, enviado pelo Ministério Público, requisita, 'ordena a adequada divulgação de toda a recomendação citada entre os membros da Casa' e ainda cobra satisfação se foi ou não cumprida essa ordem dentro de um prazo de dez dias, ou seja, não há a descricionalidade dos vereadores", acusou o dirigente.
Geraldo Jr. negou que o tema apontado pela promotoria seja uma questão, alegando que há uma atenção. "Ora, senhoras e senhores, em que país estamos vivendo?", questionou.
Ele disse ter ficado "estarrecido" e pensou que o documento se tratava de uma "fake news". "Jamais imaginei que o Ministério Público da Bahia estabelecesse um documento dessa sorte, com tais recomendações, pois aí está uma clara e límpida tentativa de usurpação e interferência do Ministério Público nesta Casa, o que nós não vamos aceitar", completou.
Em seu pronunciamento, o emedebista disse ter acionado o vereador Edivaldo Brito (PSD), procurador parlamentar da Câmara, para que pudesse acompanhar o caso.
Buscando o teor da representação do parquet, o Bahia Notícias requisitou o documento ao órgão através da assessoria de imprensa, que disse não ter outras informações sobre o assunto.