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Movimentos sociais não têm consenso sobre ato contra Bolsonaro na BA durante pandemia

Por Ailma Teixeira / Gabriel Lopes

Movimentos sociais não têm consenso sobre ato contra Bolsonaro na BA durante pandemia
Foto: Elineudo Meira / @fotografia.75

Lideranças políticas, artistas, ativistas e movimentos sindicais têm convocado a população para um ato no próximo sábado (29) a favor do avanço da vacinação e contra o governo Jair Bolsonaro. No entanto, o próprio cenário da pandemia pode esvaziar os protestos, que possuem dimensão nacional.

 

Na Bahia, falta consenso entre alguns dos principais movimentos sindicais. Por exemplo, a Central Única dos Trabalhadores da Bahia (CUT-BA), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - seção Bahia (CTB-BA) e a Força Sindical na Bahia confirmam a participação, já a União Geral dos Trabalhadores - Bahia (UGT-BA) ainda vai decidir se participam ou não, mas o presidente teme os efeitos da participação.

 

"Nossa grande preocupação é participar, colocar nossas bandeiras na rua e o governo usar isso contra o trabalhador lá na frente", explica Marcelo Carvalho, presidente da entidade, em entrevista ao Bahia Notícias.

 

"Como a gente vai conseguir fazer uma grande aglomeração se somos a favor da vida? Isso deixa a gente bastante preocupado. Eu não vejo a possibilidade da gente ocupar a rua sem dar munição para o governo", pontua. A UGT se reúne ainda nesta quinta com os sindicatos associados para definir uma posição.

 

Essa dificuldade de levar as pessoas às ruas sem expô-las a um maior risco de contaminação é justamente o que fez a CUT orientar as centrais estaduais para que não convoquem a população para o ato. A presidente da seção baiana, Leninha Valente, disse que o entendimento da "nacional" é de que esse não seria o momento adequado para um protesto diante da expectativa de que o Brasil enfrente uma terceira onda da Covid-19.

 

Com isso, ela afirma que a seção da Bahia não irá fazer convocações, mas decidiu compor o ato. "Vamos dar suporte, organizando em filas, cuidando pra que não haja nenhum problema sanitário. Não vai ter muita gente, é simbólico", defendeu Leninha, acrescentando que a CUT-BA também se preocupa com a pandemia.

 

O raciocínio se assemelha ao da CTB, que também confirmou presença no protesto em Salvador e em algumas cidades do interior baiano. O presidente da entidade, Pascoal Carneiro, disse ao BN que o desejo é de fazer um ato grande, mas "com todos os cuidados", a exemplo do uso de máscara e do distanciamento entre os presentes.

 

A CTB defende o ato presencial, mesmo diante da pandemia, por acreditar que esse é um passo necessário para o pleito do impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). "Já tem motivo demais para abrir um processo de impeachment, tem muita denúncia contra ele e o presidente do Congresso Nacional engaveta tudo. É necessário que a sociedade tome partido. Resistimos em fazer um ato de rua, mas o povo quer ver a imagem  com o povo na rua. Então vamos pedir o impeachment de Bolsonaro pelos atos já praticados. Entre eles, o problema da pandemia, ele brincou com a população, não comprou vacina, fez chacota da China quando nós precisamos de insumos no país para fabricar a vacina. Além de denúncia de corrupção nos ministérios dele", elencou Carneiro.

 

No geral, além dos pedidos pela agilização no processo de compra de doses de vacinas contra a Covid-19 e também do impeachment do presidente da República, outras pautas que reúnem os movimentos sindicais são o aumento do auxílio emergencial para R$ 600 e a implantação de medidas que garantam a redução dos índices de desemprego. Com isso, essas centrais devem se reunir ainda nesta quinta para alinhar os detalhes do ato. A CTB adiantou ao BN que o protesto deve acontecer às 10h, no Campo Grande. 

 

O presidente da Força Sindical na Bahia, Emerson Gomes, também defende a realização do ato, porém prega cautela quando a protocolos adequados para uma manifestação no meio da pandemia. "Todos os atos e atividades e estamos fazendo por isso. Mesmo naquele ato que não tem jeito, que tem que ter algumas pessoas pessoalmente, a gente tem instruído ao uso de máscara e ao distanciamento social", disse. Gomes, todavia, só deve definir os detalhes da participação da entidade nesta sexta (28). "Nós estamos discutindo como nós vamos fazer junto com outras entidades. As direções nacionais convocaram para participar do ato, a gente está vendo na Bahia como será a participação", assegurou.

 

O BN tentou falar ainda com União dos Estudantes da Bahia, ligada a União Nacional dos Estudantes, e com os movimentos Povo sem Medo, Brasil Popular e Coalização Negra por Direitos, mas não obteve retorno.