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Seguranças do Atakarejo mentiram sobre participação em duplo homicídio, diz delegada

Por Ailma Teixeira / Bruno Luiz

Seguranças do Atakarejo mentiram sobre participação em duplo homicídio, diz delegada
Yan e Bruno foram entregues a traficantes após furto | Foto: Arquivo Pessoal

A delegada Andréa Ribeiro, responsável pelas investigações do caso Atakarejo, afirmou que seguranças da rede mentiram sobre a participação nas mortes Yan e Bruno Barros. Apesar de negarem envolvimento no crime, as apuraçõs apontaram que o gerente da segurança fez contato com traficantes do Nordeste de Amaralina, após os jovens serem flagrados furtando carne em uma loja da rede na região. Nas mãos dos criminosos, tio e sobrinho foram torturados e mortos - seus corpos foram colocados no porta-malas de um carro e deixados na localidade da Polêmica, em Brotas.

 

“Conseguimos identificar a partir da comparação entre o depoimento deles [familiares, vítimas, testemunhas] e o material coletado que eles [seguranças] não estariam falando a verdade. Pra gente ficou muito claro de que houve contato com os seguranças da área", relatou a delegada, em entrevista coletiva para detalhar a operação desta segunda, que também prendeu quatro traficantes suspeitos de envolvimento na morte dos jovens.

 

“Tudo indica que a resposta seria positiva nesse sentido de que teria tido uma ação da gerência dos seguranças no sentido de entregar as vítimas aos traficantes. A participação dele foi fundamental, mas eu acho que o desdobramento da ação a gente consegue trazer isso de forma mais contundente”, destacou também a delegada.

 

As investigações mostraram que o procedimento dos seguranças, que culminou na morte de Yan e Bruno, repete o padrão de um mesmo caso ocorrido em outubro do ano passado, quando uma adolescente de 15 anos teria passado por uma sessão de espancamento e tortura depois de furtar produtos do supermercado, na mesma loja do Nordeste de Amaralina. Ela sobreviveu após fugir. A constatação foi essencial para o pedido que culminou na prisão de três seguranças suspeitos de envolvimento no crime, nesta segunda-feira (10).

 

“A Rede Atakarejo inicialmente nos forneceu algumas imagens que foram captadas pelas câmeras. Inicialmente conseguimos detectar alguns seguranças que participaram dessa ação, mas, à medida em que fomos trazendo aos autos outros depoimentos, outras testemunhas, inclusive outra vítima que teria sofrido violência ano passado, a gente começa a delinear aí algo que foi determinante para o pedido de prisão. Percebemos que era algo muito padrão”, relatou a delegada sobre a operação, que também prendeu quatro traficantes suspeitos de envolvimento na morte dos jovens.

 

Por outro lado, Andréa disse que ainda não é possível apontar ligação entre o Atakarejo e o tráfico de drogas. Agora, a polícia fará análise do material apreendido e outras diligências para elucidar a participação de cada um dos investigados no crime. Nesta tarde, o Departamento de Polícia Técnica (DPT) irá até o supermercado para checar a informação de que câmeras do circuito de segurança estariam desligadas no dia do crime.

 

“Temos ainda muito a fazer a partir da apreensão do material apreendido pelas equipes envolvidas. Vamos nos debruçar, fazer novas análises e, possivelmente, isso irá nos permitir identificar outros indivíduos e concluir o inquérito policial com o indiciamento de todos os envolvidos”, disse Andréa.